
A coisa que mais abomino é esperar. Esperar retardatários, para mim, é passaporte certo para eu perder todo o clima de entusiasmo ou de alegria por durantes algumas boas horas, chegando ao cúmulo de não haver prognósticos para o desarqueamento das sobrancelhas. Posso até fingir que dissipei nuvens cinzas, porque viver em sociedade, fatalmente, nos impele, desde tenra infância, a lançar mão de necessários recursos de atuação, mesmo que a contro-gosto. Faz parte do jogo das relações encenar o arco-íris e cantar o sol e chuva é casamento de viúva depois do mau tempo que já se foi. E quem não o faz, me desculpem, é ermitão dos brabos.
Dispor meu tempo para ruminar o atraso de pés que nunca fazem chegar me é incontrolavelmente sufocante. O tempo esvaído possui uma conotação valiosíssima pra quem não o dispõe aos baldes; e saber que ele simplesmente se foi, na airosa bandeja da disposição à toa, sob o guardanapo, com limão, bolinhas de gás e gelo para os goles do ministério dos ares que não serão bebidos, é motivo pra eu desejar pragas mesmo aos que mais amo. A verdade é dura, leitores, mas todo mundo tem seu lado enegrecido. Ou pensas, tu, que falo somente de flores, amores e poesia?
O Tempo não Pára, grande Cazuza! e seu eu fosse teu empresário, seu poeta-anárquico a James Jean desse céu tão grande, teu disco ia ter sido O Tempo não Volta. O tempo não volta, não! e não passa pra mim quando há a eternidade dos passos de um lento alguém despercebido com a minha bunda amassando esquecida no assento. Passos lentos no retardo dos ponteiros, puts! na bucha, são os avais certeiros para obscurecer minha visão acerca da humanidade e de sua tão discutida evolução astral.
Esperar 10 ou 15 minutos, eu engulo, finjo que não é nada, lustro as unhas na lixa gasta do estojo e, meio que tento, refletidamente a cada quarto de segundo, convencer a mim mesma de que estou ficando velha; mas depois meia hora no banco, meus senhores... definitivamente, minha narina sardenta despede-se dessa característica tão humanóide, e uma chaminé maria-fumaça apodera-se das minhas ventas e venta muito! Aliás, venta furiosa, expelindo o vapor condensado dos momentos de aguardo sem importar-se minimamente em fazer sauna a quem quer que seja. Afinal, desintoxicar-se do ódio pela perda do tempo que não tem seguro e que não vai voltar, pôrra, é necessário! Não acha?
Existe uma oceânica diferença entre fazer o tempo passar, e fazer o tempo esperar. Passemos, preclaros, a segunda análise da afirmativa por uma questão de objetividade. Fazer o tempo de alguém esperar, corresponde, nada mais, nada menos, do que roubar acintosamente a virilidade dos ponteiros alheios. É esquecer, sem dó, dos giros da ampulheta universal e ainda, descabidamente, fazer com que ela crie asas pontiagudas de morcego voando às cegas... a assim deixá-la... girando e voando ao léu, só porque é quase um batman em inércia abandonada e qualquer coisinha... ah, ela chama o Roby.
Fazer o tempo passar, tchê, é o agora acontecendo, é tu aqui, me lendo nessas últimas linhas (se é que conseguiu chegar até o final), não se dando conta das coisas que têm a tua volta e, principalmente, que nem existe o tempo...
há tempo.
E quando vai ver, fupt!
O Tempo não Pára, grande Cazuza! e seu eu fosse teu empresário, seu poeta-anárquico a James Jean desse céu tão grande, teu disco ia ter sido O Tempo não Volta. O tempo não volta, não! e não passa pra mim quando há a eternidade dos passos de um lento alguém despercebido com a minha bunda amassando esquecida no assento. Passos lentos no retardo dos ponteiros, puts! na bucha, são os avais certeiros para obscurecer minha visão acerca da humanidade e de sua tão discutida evolução astral.
Esperar 10 ou 15 minutos, eu engulo, finjo que não é nada, lustro as unhas na lixa gasta do estojo e, meio que tento, refletidamente a cada quarto de segundo, convencer a mim mesma de que estou ficando velha; mas depois meia hora no banco, meus senhores... definitivamente, minha narina sardenta despede-se dessa característica tão humanóide, e uma chaminé maria-fumaça apodera-se das minhas ventas e venta muito! Aliás, venta furiosa, expelindo o vapor condensado dos momentos de aguardo sem importar-se minimamente em fazer sauna a quem quer que seja. Afinal, desintoxicar-se do ódio pela perda do tempo que não tem seguro e que não vai voltar, pôrra, é necessário! Não acha?
Existe uma oceânica diferença entre fazer o tempo passar, e fazer o tempo esperar. Passemos, preclaros, a segunda análise da afirmativa por uma questão de objetividade. Fazer o tempo de alguém esperar, corresponde, nada mais, nada menos, do que roubar acintosamente a virilidade dos ponteiros alheios. É esquecer, sem dó, dos giros da ampulheta universal e ainda, descabidamente, fazer com que ela crie asas pontiagudas de morcego voando às cegas... a assim deixá-la... girando e voando ao léu, só porque é quase um batman em inércia abandonada e qualquer coisinha... ah, ela chama o Roby.
Fazer o tempo passar, tchê, é o agora acontecendo, é tu aqui, me lendo nessas últimas linhas (se é que conseguiu chegar até o final), não se dando conta das coisas que têm a tua volta e, principalmente, que nem existe o tempo...
há tempo.
E quando vai ver, fupt!
já passou.
E então? Foi legal passar aqui, não foi?
Claro, eu não te fiz esperar por nada.
N
2 comentários:
como tu tá escrevendo comprido!!!
lindo
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