terça-feira, junho 26, 2007

tubarão auto-ajuda

barata filosofia de vida sem preço para bon vivants entendiados.


a vida tá sossegada demais? a rotina começa a ficar monótona e coisas tantas parecem perder o sentido?
hummmmm.
é, já é sinal. é sinal de que chegaram tempos novos de acordar da água parada. e a melhor forma para nos mantermos despertos é colocar o tubarão na tina da existência.
pode reparar, sempre que tiver um tubarão, ali, contigo, minuto a minuto a nadar na tua volta, haverá a luta com gosto e o olhar desperto para a vida.
ah, o amigo leitor há de convir comigo - só as coisas difíceis e perigosas é que tornam a vida pulsante.
bota o tubarão na tina, vai! enfrenta que a vida é mais do que uma várzea e seus lambaris raiados!
te lança em garfo, guapo! te escafede do pote, Potira! e te some pelos confins a tal nado de fazer vento molhar chuva; e então verás que os tempos não mais serão mortos. serão, ha-ha, por um tris, quase de esgualepar a alma esbaforida!
;)

quarta-feira, junho 20, 2007

vidaestampavida



não me venham com cantilenas!


à casa do Senhor instrumento fálico com frases de estampa pra causar efeito.


vida de estampa, comida de estampa, gesto de estampa, arroto de estampa, amor de meio níquel estampado, e que nem mendigo quer.


e o sofá ? será que a espuma quer essa tal estampa ?




cega. totalmente cega aos bons costumes essenciais à política do bem-me-quer. ah, mas pelo menos consigo enxergar a humanidade fazendo alguma coisinha lá de vez em quando pelos manos chimpas*. e posso te dizer, estou bem preocupada com as visões. existem bons espíritos, mas em geral, o bicho-homem é de boquiabrir as portas da náusea.


*chipanzés

quinta-feira, junho 14, 2007

eu cato


N
eu cato. eu cavo.
invento até onde dá.
um circo bem montado para estar
mas no fundo tudo é grande farsa
sou uma remendada às carreiras
mas um dia eu hei de há.
por enquanto só sou de ah.
de ah - meu deus.
meu deus quanta coisa!
para derramar o choro
mas eu hei de há
ser boa moça no rebel
mas que tonta mosca!
pra lá e pra cá
ora vive a liberdade
atrás de cheiro de quindim
e por fim nada além...
não encontra nem pudim
então vai à luta
cava qualquer birita
e inventa até onde dá
um motivo, uma saliva
para aqui estar, enfim...
N

segunda-feira, junho 11, 2007

téc


Ai, ai, ai...o ser humano e essa téc, téc, téc, téc...
- Téc o quê?
- Ah, tecnofilia.

Pois é, o ser humano às vezes busca a ilusão balsâmica de que só os resistors, modems e válvulas podem dar - a proximidade física ao não estarmos tão próximos assim. E então, tudo fica mais fácil quando as palavras podem voar desnudas e sem medo de encontrar barreiras de caretice.
A internet faz milhões de indivíduos realizados, endoidados, babados e surtados, pois o signo representativo do eu transita livre, aqui e ali, sem precisar de warm presenças para se bastar em si.

Olha, para alguns seres, pode ser preocupante quando a atenção à godnessnet beira extremos de fissura, para outros, um salvador alento à solidão; mas a grande verdade sob o entedimento do meu microcosmo capsular é que essa parafernalha toda de cabos, tubos, placas, satélites e téc-técs, salva da crueza da rua. E a melhor coisa é se iludir às turras de que a vida é perfeita e cheia de magia. (ah, pára! é maravilhoso perder a noção do tempo e ficar aqui, adentrando todas as fronteiras, num sem-fundo que não te exige nada além de ser uma estátua perdida de olho congelado). E o pensamento nesses momentos de trepanação via modem, é sempre o mesmo - "só mais um pouquinho"... "só mais um pouquinho"...
eita conspiração diabólica, Mr. Gates!

Mas essa hipnotização cerebral é perfeitamente entendível, pois, via de regra, o pensamento do obsediado internauta gravita inconscientemente na órbita do "ah, daqui a pouco tudo acaba, agora quero mais é ter prazer", e sendo esse tudo uma grande ilusão, recriamos-na sob forma de realidades necessárias à nutrição do espírito que está sempre em busca de algo hedonístico para confiar a existência.
Olha um exemplo: eu cá, no quentinho, protegida da chuva, viciada na net e me fingindo que manjo alguma coisa desse papo de dominação da téc . (é, nóis sofre, mais nóis goza).

domingo, junho 03, 2007

formão na mão, eis a religião



Há várias formas de se ter companhia. Tem gente que tem companheiro de copo, tem gente que tem companheiro de viola, tem gente que tem de reza, de rave batstaca, ou chimarrão invertido; Enfim, tem gente que inventa qualquer coisa e, por parceria, pode achar algo imaterial para se enrodilhar nas necessidades que brotam do nada.

Sabe aquelas coisas às quais a gente se apega e que por si só já vale grande parte da motivação da existência?

Pois que minha grande e devotada paixão religiosa é dar vida ao que a metafísica me permite. Parir pensamentos por vacábulos é minha missão. Sou uma convicta parteira de verbos, e, tamanha bruteza é minha lide - não uso fórceps, pois o formão é o ferramental para esculpir ao que eu bem quiser no final. Mas que pusta arma eu tenho em mãos! Formão metafísico do eu é mais que Galil, UZI, HK 44 e M-16 ratateando por ódio ideológico em território inimigo.
Formão na mão é religião. E eis a melhor arma de aniquilação. Palavras, palavras, às vezes dulcíssimas, como puro mel de apiário; outrora fel como a amarguenta bílis subida à goela por náusea.

Palavras e suas larvas, louvores...
e o resto?
O resto é silêncio. Pois ele, ele é o maior mestre de todas.