terça-feira, outubro 30, 2007

décimo haikai


jaz a abóbora na janela
enquanto a ovelha
nem sabe que é pra ela

domingo, outubro 28, 2007

da ausência


o dia em que eu te pedir perdão
as caraminholas da tua cabecinha
esvanescer-se-ão...

tenho essa ligeira impressão
porque assim como tu eu sou
sou toda, toda coração!

segunda-feira, outubro 22, 2007

ministério da acidez

se na vida há muita educação, muita mesura, um atestado de otarice redunda em chegar.
penso que se tem de ser um estilo pé na porta, bocarra no mundo e perdigoto nos ares.
e então verás...
verás se um ser ministro, respeitado, com base em Antares não vai vingar...

terça-feira, outubro 16, 2007

grayriana

na falta da atmosfera necessária para o meu contínuo parir textual, vasculho arquivos remotos.
e ufa, bato o ponto.





Porto Alegre, 26/08/2005

segunda-feira, outubro 08, 2007

hãn-hãn! pisando em outubro, então dona the méris. mês dez em todos os sentidos. amo esse outubro ou nada. e, desde pequena, eu sempre imagino um cubo cheio de surpresas saindo quando se fala nele.



na real, os meus escritos são verdadeiras bravatas, e levá-los à sério é dar corda pra doido mental bater cinza de bituca em meio ao vento que não vem.


...o tempo vai passando e não sei por que cargas d´água eu insisto em continuar a ser essa finjidora, dramática vaselina de arranque verbal maquiado; e isso, tenho que admitir,- tudo apenas para fazer gênero na vã pretensão de ter alguma reba de personalidade que o valha; mas no fundo, pouco importa-me o pão e circo.

ah, claro, e o ópio?

prefiro na narguila fumegante com rosas, em cima do meu carpete.

a verborragia do post abaixo, mesmo que não pareça, é uma despretenciosa brincadeira, tentando alfinetar mais o eu, do que o tu, Daiane, propriamente; e enfim, tentar alguma coisa diferente; fazer (acho eu) nascer um ser que não é, que simplesmente nunca existiu ou, ora, ainda por quase pouco, não conseguiu existir. mas agora! xiiii já existe! a poeira foi levantada [foi bom pra caralho, (me dá um cigarro)]; e depois que as palavras vão ao ar, bau-bau, já era beibe, nada volta a ser como antes no quartel de Abrantes.

eu, por exemplo, descobri uma pobre coitada residindo dentro de mim; tri emocionada ela,- inflamada empregadinha escorpionina, tipo aqueles cachorros pequenos que latem quando o grandão tá na guia do dono, saca. ó, tadinha, cerra o punho quando o assunto é macacada. mas uma macacada com orgulho de suas jaulas, bananas, retinta negada forte, suada, bacana e rebolante às ganha até o chão. ui! uma pusta brasilidade cor de cobre!

Ai, aquelas influências irreversíveis (chá de cogu sem volta) de Fernando Pessoa, Alberto de Campos e Caeiro, sabe. O cara não deixava uma reles vírgula de vestígio de ser ele o cunhador de derrames da alma, palpitações por pasto verde, lágrimas ao vento por pétala caída na bosta... enfim, transmutação total do ser.

Acho bárbaro esses travestismos desnecessários. e justamente essas unnecessary things é que me dão um prazer absolutamente Necessário pra continuar tocando o barco da vida e motivando-me, cada vez mais, para viver o mundinho, o mundinho aquele, longe da selva, mas perto, bem perto dos sonhos, essas bençãos tão leves... quiçá tão hard... e divertidas, porque mexem com a emoção, pois, ao mesmo tempo que catárticas, purificam ao gerar um redomoinhozinho ora angelical e que finda num inferno muito do bom e delirante, que consegue rachar a alma ao meio de tanta satisfação por uma coisinha tão grão, tão zinha, besteirinha inha.

é, o meu mundo é dos átomos mesmo. estão ali, pequeninas e contidas, todas as energias circulando, caladas em suas invisibilidades micro, mas lá lá, chegando lá-lá-lá, estão bem lindas, fitness com bunda de saúva em calça de vinil brilhosa, absolutamente avassaladoras em suas pulsões mortais...
shshshshshshshssssssssscorpion, baby.
shhhhhhhhhhhhssssss cala-te, mulher. falar demais é dizer o que de nada serve.