quinta-feira, maio 22, 2008

primeiro amor

meu primeiro amor
começou no jardim
nos domingos de manhã
ele me levava café
e dizia que gostava de mim
eu nunca sabia o que dizer
olhava pro lado
fazia cara feia
que tola!
como se fosse do mingau de aveia
mastigava então
para em vão
disfarçar as batidas acelaradas do coração


segunda-feira, maio 12, 2008

diarinho da loca

É bom encontrar fragmentos dos meus diários perdidos no pc. Na época acadêmica, costumava registrar meus estados de espírito, talvez, porque lá no fundo sabia que um dia iria querer reler pra voltar no tempo e ficar cara-a-cara com os estados de espírito que eu jamais supunha viver naqueles anos em que eu contava pauzinho de presidiária pra sair da faculdade.
Hoje, vivendo uma outra etapa de vida, num outro planeta que mais parece um saco de bala sortida, percebo, através desse pequeno textículo que segue abaixo como é possível voltar no tempo e reencontrar aquele ser outro que habitava em mim, num pacote de pão dureza - histérico, perdido, doido, encolerizado em virtude dos eternos prazos, prazos, prazos que ninguém deste planeta está livre de pensar que...

essa tal de disciplina inventada...

ruim com ela.
pior sem ela.

estupendo! com ê-la. com requeijão.


eu simplesmente pareço um cadáver. branca. um fantasma. chorando, digitando, saindo de órbita, as escleróticas vazadas, derramadas sobre o que a anatomia denomina "seios da face"; e, no meu reles caso, uma não-cara fatalmente já descarada. e então, em meio a esse delírio absurdo da emboletada aqui, eu me pergunto; eu te pergunto: - colocarei o nariz para fora dessa horrorenda caixa edificante em que esse corpo habita nesses dias que vão e que vêm por aí?



Porto Alegre, dezembro de 2007

domingo, maio 04, 2008

o 8 x 1 (nem em circo isso acontece!)

lavar alma tem um sabor inexplicável.
e hoje foi um dia desses, mui digníssimo pra marcar a história do vivente cioso de alguma glória.
Internacional, meu rubro à galope num 8 x 1 inesquecível contra o Juventude.
desencantou! desencantou a praga!
eu gosto quando o espírito se apodera do corpo e vira um gigante de dentes pontudos, bem feioso bicho, de crispada cara esfaimada porque sedenta de vitória por bem ou por mal.
e, quando em campo bem orquestra a sinfonia dos chutes à vitória, mas que história faço eu a gargalhar sem se importar com a bruxona que salta de mim; ela vem da vila e ninguém pode. pois ela só phode!

agora o que vale é se sentir bem.
de alma lavada. e, mais uma vez, colorada cara corada.

well, por hora, a camisa suada me faz querer descansar e achar engraçado o jeito dessa gremista aí de baixo:



créu-créu-créu-créu-creu-créu-créu-créu...