quinta-feira, dezembro 30, 2010

inevitável chave de cadeia

eu acho engraçado essas pessoas que fumam maconha escondidas, colocando panos em baixo da porta, trancafiando janelas, vedando frestas e acendendo incensos horrorosos, como se gostassem daquele aroma guerreando com o da Canabis.
ah, se isso pelo menos bastasse para impedir que o cheiro de capoeira, do zumbi dos palmares não reencarnasse rua à fora...
das duas, uma: ou fuma-se escancaradamente, e o cheiro é denso; ou, às escondidas, sendo a fragrância sutil, mas, igual: presente.
ok, a segunda opção é a predominante, não adianta - manter a máscara faz parte dos protocolos da grande farsa humana, mas não se iluda na ginástica do ocultar: as pessoas sabem do teu telhadinho de vidro.
não há o que fazer! é o preço: o banzo do troço tem santo forte. não dá pra desdenhar.
;)

sexta-feira, dezembro 24, 2010

suddenly...

de repente! surpresas!
deliciosas surpresas.



e, só pra variar, a Micheli nos pegou pelo estômago.

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Burnout do peixe

tenho vivido dias que me lembram meu estado de espírito, em Israel, há 14 anos atrás, quando eu costumava riscar pauzinhos na agenda ao levantar. mas, graças à excelsa juventude, o pensamento divagava nos sonhos de reencontro com os amigos, ao longo do dia e, então, eu conseguia suportar, romântica, aquela saudade apertada demais.
"um dia a menos. um dia a menos." a sensação de vitória se dava no barulhinho curto do lápis a riscar. estava doente por voltar ao Brasil e simplesmente não aguentava mais nada que se apresentasse a minha existência por lá.

hoje, novamente. a mania aquela, de presidiária, só que agora os pauzinhos são mentais, e o pensamento é sempre fixo, (there is no romance at all) randômico no mantra de teleprompter - "preciso de paz, longe, bem loooonge de lá."
então, me pergunto, nessas horas de desespero: serão os hormônios os causadores desta síndrome, de não querer encarar a labuta?
e a resposta mais instantânea que consegui encontrar é que são eles apenas a ponta do ice-berg do meu asco. quando se é um peixe de água doce, não adianta forçar. lá, sou um peixe fora d´água, do mar morto daquele lugar.

sábado, dezembro 18, 2010

46 anos depois

O Mário nem acreditou que 46 anos depois de deixar sua Porto Alegre (cidade que por mais que falemos mal sempre deixará uma raiz profunda enterrada na alma da gente ) não só estaria aqui, (aliás, isso seria fácil demais) mas ele e toda a família! Pois que travessaram o Oriente Médio rumo ao paralelo 30º, da América Latina! E então pode mostrar, enfim, onde começou a sua história.


















Certamente, essa visita ficará guardada no baú raro das lembranças Muito Boas.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

30ª semana


quero essa bariga pra sempre!

domingo, dezembro 05, 2010

o chá, a vida

tanta coisa atropelada, esquecida, ora anotada, pronta pra ser escrita, mas puft! puft.





domingo, dia 28 de novembro, foi o chá de fraldas da Marina. Eita festinha trabalhosa. O Fábio editou um filme-documentário que durante os quase sete meses da gestação fomos gravando. Ficou bacana. Agora a Nina tem uma história de vida. A história de Marina. Não tenho intenção de parar com as filmagens. Quero mais. Quero tudo, todos os detalhes que estão acontecendo em derredor: as danças, as músicas que coloco pra ela escutar, os bons e maus dias ora pesados de sono, as novas dobras de gordura corporal, meu novo ser que nasce de minha transcedência à Terra.




As pessoas mais importantes da minha vida apareceram e, isso, inegavelmente, foi o maior dos presentes. Logicamente faltaram aquelas outras, do convívio mais cotidiano e, que, inclusive, confirmaram a presença no evento; fato xarope que insuflou uma mágoa amarga, dessa que se precisa de um teeeeempo para digerir a falta de consideração inesperada; mas já perdoei. apenas não engoli direito o quadrado, que, dentro em pouco, certamente dá um jeito de ir arrendondando as bordas pontudas. Minha barriga é por demais pesada, não tenho condições de carregar mais pesos, ainda mais os mortos; por isso, preciso perdoar. justamente - para me livrar de cargas! cargas extras. Afinal estou com 11 kilos acima do que costumava empurrar no dia-a-dia; não é barbada. O caminhar é muito lento, sinto uma sensação de torpor, chapação lisérgica mesmo. Obviamente essa é a parte boa e linda, linda de morrer.




pela manhã, levantar para o trabalho, parece-me, cada vez mais, uma tarefa pra lá de odisseica. tenho de enfrentar cobras e chacais pra envergar o uniforme xexelento da empresa, passar a maquiagem (que nem surte mais efeito) para disfarçar o desgosto que se derrama pelos olhos e cara a baixo quando a questão é ir para a labuta. Essa tem sido a parte mais difícil, verdadeiro martírio: trabalhar. trabalhar me é um malefício - o que aniquila profundamente e me faz questionar - "até quando? até quando, meu dellllls?" Vontade verdadeira de passar os dias comendo melancia gelada, de pernas pra cima e me preenchendo com silêncios, pássaros cantantes da rua e paz. paz. Longe de pessoas hipócritas e que vertem feito baratas sôfregas em dias de temporal. E, nessas horas de asco, não é caso de por veneno, Baygon, essas coisas ruins da Bayer pra se livrar a curto-prazo; Isso é palhativo apoucado pro meu vasto sentimento de vácuo espiritual dentro daquela merda. quero apenas me livrar. enfim, ter um planeta novo para habitar. sumir. surgir.