quinta-feira, janeiro 22, 2009

a trégua (?)


querido tio, mesmo que através dos intervalos do meu silêncio, compactuo contigo o "até quando?".




"com pompas e fanfarras declaradas em Sharm Al-Sheik, uma trégua em mais um capítulo sangrento das relações entre judeus e palestinos.
toneladas de palavras despejadas, toneladas de artefatos bélicos usados, milhares de feridos, mortos, traumatizados…
a máquina bélica e a insanidade humana cobraram seu dízimo até o pagamento da próxima prestação.


quanto tempo vai durar esta ilusão de "trégua"?


voltam à bainha a espada, machete, os arcos e flechas. os estoques bélicos serão renovados e as razões para o próximo round já estão sendo colhidas, deixando a parte qualquer patriotismo local, e então me pergunto: até quando seremos esta bolinha de ping-pong que é jogada de um lado para outro neste jogo em que não temos mais controle nenhum?
será que estamos condenados a uma eterna luta sem fim?
será o desdém, a raiva, o ódio, nosso legado às futuras gerações? "



mario nisemblat
Israel, 19 de janeiro de 2009.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

nos caminhos do tempo


é engraçado essa coisa demasiado urbana de se ser tendo sempre pouco tempo, porque o otimizamos como infalíveis administradores de empresas; e nesse ínterim logístico da ponta do lápis, encontrar, mesmo que em brevíssimos instantes, e literalmente nas esquinas do tempo, as pessoas queridas da nossa vida, percebo como ele realmente existe numa linha histórica, dessas desenhadas com giz em quadro escolar para melhor visualizar sua transição; porém, contudo, muito embora ele atue, implacável, sem ponta de dó sobre nós, pelo menos fica um bônus- a essência boa e genuína que, ao revê-las, lembramos que existia,- como se tudo fosse ontem, ainda morninho, - aquela época marcante, das pessoas lindas e mágicas... e é justamente com esse pensamento que me dou conta: não, elas não foram um passado. são uma presentificação.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

para você



"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,

a que se deu o nome de ano,

foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança

fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dãopara qualquer ser humano se cansar de entregar os pontos.

Ai entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez

com outro número e outra vontade de acreditar

que daqui para adiante vai ser diferente...

Para você,

desejo o sonho realizado,

o amor esperado,

a esperança renovada.

Para você,

desejo todas as cores desta vida,

todas as alegrias que puder sorrir,

todas as músicas que puder emocionar.

Para você, neste ano novo,

desejo que os amigos sejam mais cúmplices,

que sua família esteja mais unida,

que sua vida seja bem mais vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas,

mas nada seria suficiente...

Então, desejo que você tenha muitos desejos,

desejos grandes e que eles possam movê-la à cada minuto,

ao rumo de sua FELICIDADE!"



(Carlos Drummond de Andrade)