visitantes noturnos, detetives dos ares, amigos queridos ora distantes, se vocês soubéssem... tenho tido tão pouco tempo, e por isso mesmo,- em virtude do espaçamento entre minhas publicações, vejo-me obrigada a confessar em segredo: fracos ventos de inspiração em algumas noites que alguma brisa há, ainda aparecem antes de eu pegar no sono...
e, nesses momentos, entre o torpor e a vigília, essa bendita dança louca de pestanas! me pergunto sonhando - será que um dia, toda aquela vontade de aqui estar a criar esse mundo bom, voltará... (sempre penso assim: "amanhã, eu prometo, vou voltar a sentir aquelas dores de criar, de criar alguma coisa com letras.")
e sei, nem sei se sabendo tanto assim, que um dia, minhas tardes, hoje, ocupadas pela necessidade da sobrevivência, serão floridas como foram e, como de certa forma, ainda o são mesmo que em micro-pólens aqui dentro! e, então, igual aqueles anos de dois mil e seis, dois mil e sete, quando eu sabia mais do que como nunca pintar o sete, sem um tostão furado no bolso, as flores brotarão em mim, enfim, tatuadas.
"olhe nos olhos do cavalo e verás a tristeza do mundo."
Guimarães Rosa