domingo, dezembro 31, 2006

5767

meu ano é outro, meu dia não acaba, a língua é dialeto, meu país tá lá sei onde, o queijo é berinjela, meu pão é uma paçoca, e o pião um palhaço. o glamour tá na cara lavada e escrever é o parlar... assim vou vivendo, e assim crio um mundo.
não mais pertenço a essa realidade. graças. graças. relógio? queira me explicar o que seria? agora me achei sem as convenções metrificadas do ponteiro - vivo em útero, apartada da vida, escondida do frio, da brasa, em um lugar onde as horas passam apenas se eu quiser.
eu sou deus e ordeno: pára tudo.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

live and let die

um homem alto, moreneza e olhar penetrante. viril, porte atlético sem ambições de relevo. sedutor. casa dos trinta e poucos e mais. mais. pode mais. apreciador de vodka-martini. batido. não mexido. exímio atirador. no bolso, brinquedos tecnológicos. licença 00 para matar. categoria especial. sétimo agente. daí o código 007. intuição, a coadjuvante da vida. helicóptero desmontável. perito. beijo-método. artes marciais no piscar, sabotagem ideológica no meio-sorrir. travão seguro, a compensação é aniquilação. pé no hoje sem esquecer o ontem. fodas éticas. cães no rastro. Guerra Fria. teu sangue frio. a alma raiada do cano. a bala abala e baila. atrás dela, um olhar seco. não tem água, porque não pisca. sem titubear é hora de matar. sai por cima, ignora a despedida. boa lembrança; não de memória. do sangue. sem precisar viver para conseguir ver. vida de adestramento. o coração, tum-tum metálico, sempre com outro pensamento.
o dono da vida. do mundo. do magma ao avesso. a sanha do macho absoluto. macho do barco que faz andar o remo. e até nas infernezas homem-universo a serviço. boa marionete autômata. a honra incólume pelo pretenso governo imáculo, e claro, por Sua Majestade. A Sua Majestade. sempre.

domingo, dezembro 24, 2006

escapismo bom

"a arte existe para que a verdade não nos destrua"

sem querer, guiada pelo instinto descobridor, aportei em um sítio que me proporcionou horas de deleitosa sensação de ser pintora dentro de uma criança livre.
fiz muitos desenhos, porém, este especial, foi feito para vocês, que vieram aqui no caldeirão secreto do scórpion durante o ano todo e acompanharam, graças às minhas palavrosas amantes desse eu em transe, as tormentas, os venenos, o arrolar em vão do nome de deus entre soluços e discursos hemorrágicos do meu derrame cerebral irrefreável.
enfim, forço-me a finalizar serena e a convidar vocês a um passeio descomprometido para pintar as suas próprias telas em:
bon voyage

sábado, dezembro 23, 2006

sexta-feira, dezembro 22, 2006

somos nós

para fábio rosenfeld,
a simples brincadeira de atualizar o blog saiu isso - pura realidade descompromissada e divertida feito férias sem fim. salve fábio, salve as máscaras.



- Fábio, o que essa imagem te diz?

- são et´s?
- homens-feijão?
- ah! tem o capitão feijão, ali.
- bah, tem também um caboclo com chapéu.
- cabôco ?
- cabô com o quê?
- cabou nada, guria, olha ali - lá no fundo, o da esquerda.
- o que tem?
- ele quer imitar o o vocalista do Kiss.
- quer nada. quer imitar outro cara, mas como é mesmo o nome daquele cara?
- Paul Simons? Paul, esses, um deles todos aê.
- tá me diz, qual Paul que tu tá falando?
- ah, pára! tu acha que eu sou um toró de palpite?
- não, apenas sempre creditei muito nas tuas tacadas.
- tá, tá bem. esses aí são eu, o euzinho. esses aí somos nós e não nega.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

segredos de liquidificador

volta e meia quando coloco o cedê do cazuza me prendo a essa frase: "... dizendo segredos de liquidificador"... e então ela fica, fica solta, astronauta fora da nave, gravitando às voltas dos meus solilóquios bastardos.

sempre tentei encontrar algum significacado que fugisse à simples metáfora que a frase do poeta encerra, mas nunca consegui chegar a nenhuma conclusão interessante. segredos de liquidificador? put´s, vai ver que tem um código, algum esquema dele, só dele, ou dele e mais um outro, ou dele e mais uma outra. só pode, lá-lá-lá com liquidificador é código puro! e todo mundo tem seus codigozinhos, palavras usadas com a gang metralha, ou a panelinha a que mal ou bem todo mundo pertence, porque precisa segregar de alguma forma e, então, ali, naquela combinação de gentes se fervem coisas, se fervem idéias com palavras soltas para aludir a um pobre fenotipo que come um feno, mora num curral, se refocila nas ostras, ou usa ferraduras - ó, já usei uma carrada de códigos estabelecidos entre as comparsas do cafezinho.

Na real, aconteceu uma coisa doida, doidérrima, parece ficção, mas é fato consumado: comecei a escrever esse parto normal que vocês estão lendo, há duas semanas atrás e guardei o texto em off de mim mesma, banhando a idéia em ruminares de pacientes aguardos, quando casualmente, dias e dias depois, me comunico com com o miasma de Agenor Neto (sim, o Cazuza) e, nossa! foi incrível, mágico, não é papo! eu estava entre o findar da vigília e o início da divagação onírica, sabe? quando a gente viaja umas coisas, mas ainda se está acordada e, de súbito, uma coisa veio - mais ou menos com uma menstruação fora de época. claro, perdi o sono na mesma hora, dentro do ônibus que me arremessava ao teto. segredos de liquidificador, segundo Neto, é quando uma pessoa te fala uma coisa, algo bombástico e ultra secreto - e aquilo fica fazendo voltas, entra no teu sangue, e fica chacoalhando lá dentro, no fundo do cérebro e, mesmo depois de dias, a coisa entra de tal forma nos cromossomos, que quem fica chacoalhando é tu, o teu corpo, igual a um liquidificador em on. segredos de liquidificador é quando há algo que não pode ser compartilhado com ninguém e, portanto, a ir para a sepultura contigo. bingo.


essa coisa que veio, súbita, nesse canal, parece que ainda tem mais coisas para vir em loading. é a coisa é séria. pode procurar no google, ou em fanclubes dele, nunca vocês vão achar essa teoria. devo patenteá-la? e por falar nela, alguém já te falou segredos de liquidificador?
hummmmmmmmmmmmmmmmmm.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

apenas não espera

dia desses me perguntaram: - por que nos decepcionamos tanto com os terráqueos humanitas?
respondi, de pronto, com outra indagação:
- por que esperamos que ajam como nós, apenas porque são bípedes?


estava pensando com os meus poucos botões, que é um erro fatal esperar reciprocidade, ou grandes atitudes de quem quer que o seja. o mundo não é um só. existem vários planos de operação, vários países em um - vários brasis, vários rio grandes, várias porto alegres, vários báhs nos caudais guaibenses e, cada um de nós vive a vida segundo seu universo singular cujas leis do arbítrio nem sempre são confederadas a esses outros mundos.

é isso - cada planeta Terrinha possui o seu regimento e não podemos esperar que as jurisdições sejam as mesmas.

carambolas, eita descrença na humanidade com essa tal não esperança do recíproco. ah, melhor assim. menor o tombo.

é difícil, claro, tem dorzinha na jogada, mas os mundinhos são tantos e tão não iguais. apenas não espera. grava isso: NÃO ESPERA. fica fly. é, e quem disse que é fácil ? mas, anyway, fica mais fácil.

sábado, dezembro 09, 2006

religião da vaca louca ra-tá-tá

bah, não tá dando. não tá dando para seguir o blog nos moldes a que eu tanto aspirava. queria algo forte, metralhadora ra-tá-tá o tempo todo a fuzilar letras, a me lavar de poder e fazer da mari, A -riana, a idealizada matadora, das botinas milico, a atiradora HK di´elite, altas poses, óculos matrix, flagrante maxila cavalar a mascar goma derretida, se achando e estando e sendo a tal sob a napa negra, moldada em tíbias e fêmures ginasticados pro bem na foto, mandando beijos gratuitos com boca de cu enxertada, voluptuosa, em inabalável pose power and glory pelo caco de vidro que corre no sangue Hulk de segurar o dobermann espumoso pelas cordas vocais arrancadas... isso, bem isso, intestinações, quero isso - me chamem guria da ruindade, do pedantismo, a forçadora de barra, a filha da puta, a doente, a navalhuda, a aproveitadora, a atormentada, a metida à boa, uau, há, eu sei, eu sei bem o que muitos pensam, o universo manda sinais, e eu, infalível radar diplomático, óbvio, faço vista grossa, ouvido mouco e voz falha, massssss é claro, natural (coloca o l no palato para falar) que isso acontece, não sigo a linha do café com pão, café com pão, café com pó, café com pô - rra da conduta livro-ponto agradista, mas e então? não tem então, tem o aqui, tem o agora que rosaria ãos nada vãos: n-ã-o m-e i-m-p-o-r-t-o, a-t-é f-a-ç-o q-u-e-s-t-ã-o d-e f-a-z-e-r u-m b-o-m r-i-m-ã-o: tudo vem de lá, lá, - lá do coração boca à fora, furacão! i isso não é um gênero, é uma religião ra-tá-tá do cão.


seguinte, ra-tá-tá transmite a mensagem à ferro e fogo na vida de gado: ó, as pálpebras aqui, ó, colando, caindo, ó, mas olha, olha, olha a que ponto o pacto de ego doido é vanitas vanitae - fiz um acordo de amor e morte ao criar esse caralhoblog - fiz alguns pactos seríissimos, lavados em sal grosso de radicalismo islão. loser? anglicismos amo, mas essa palavra não entra no game, tá fora, porque a peteca aqui não vai ao chão nem morrrta, não, bah, tá louco, não tem largação de jogo, vou atualizar essa coisa até que o teclado afunde, mesmo se a luz não volte, os últimos naipes se rasguem ao pó, até que tudo estoure, esgote em hecatombe galática, às ganha, e mesmo o mundo explodindo lá fora e o blecaute sendo eterno, eu vou continuar à luz de vela e a mil com essa punheta. um gozo, dois gozos, quatro, vinte, 198 não é nada. eu quero mil, eu quero casas e casas de zeros furando a tela pelos lados, empilhando um sem-fim de buracos matemáticos pelo chão de horizonte, eu quero mais, eu quero rasgar a gengiva ao osso, mas engolir uma ótima bóia para a jibóia ficar jóia. e ainda assim, nenhum número nunca vai bastar, porque o Infinito é o Deus do carbono de quem lhes escreve
.


put´s. caiu. caiu no conto da vigária - tô te enrolando desde que comecei a escrever o primeiro parágrafo apenas para dizer que não tenho uma puta idéia boiando dentro dessa cabeça cheia de vazio, e o nada entope, faz pressão, enlouquece, como uma bicheira a fermentar na mioleira do cão terminal que implora, bambo, pelo fim que não chega. cacete, não tem nada, n-a-d-a, n-a-d-a, n-a-d-a aqui, medo, me dá um medo, um tremor cego, eu zonza, tremor surdo, eu zonza, tremor mudo, eu zonza, sei lá, vai ver que é a carne que meu Rei Marido frita para mim e anda fazendo um mal em ondas. pronto, eu zonza, já tá vindo, a vaca louca, tá vindo, vindo, vou criar, eu zonza, criei, uma desculpa, um estilo novo, não vou pontuar, bah, mas isso é estileira? não, calma, lembra, lembra mariana - nada é mais uma grande novidade, tudo se copia e, espera, pô, um átimo apenas, é só até o motor pegar, eu zonza, calma, calma, c´alma, clama, mala, maca, lama, cama, pronto! pronto! vou me atirar, não! não é morrer, tô falando - vou me atirar aqui, na primeira grande coisa qualquer que deixe um über eco decibel dentro do crânio bichado. vou me atirar, o chão é meu amigo, ele só meche pros meus pés dançarem, o parquet faz caleidoscópio marrom e amarelo e minhas unhas estão cortadas, pronto, tô no passo. step by step sem descompasso. pronto! ponto. não zonza, a que ponto se chega. a que ponto se cega. sossega, ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh. não zonza.
alívio. fffveio. tá aqui. pari. não ri. pari. parry, cherry. pra ti.


quarta-feira, dezembro 06, 2006

ah


e tu ainda quer entender o mundo?

ah, o mundo é coisa que a gente nunca se entende.



homo sum: humani nihil a me alienum puto.

Terêncio



julgo que tudo o que é humano não me é alheio.

* tradução by Nada Garantido, aos trancos e barrancos, expremendo a moela no dicionário podre de mofo.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

a dona tevê

frases mui filosóficas de vestibulandos. gostei, por mais que a banca os tenha reprovados, acho massa a linguagem não moldada ao sistema.


a tv deforma não só os sofás por motivo da pessoa ficar bastante tempo intertida como também as vista.

sempre ou quase sempre a tv está mais perto de nosco... fazendo com que o telespectador solte o seu lado obscuro.

a tv é o oxigênio que forma as nossas idéias, por isso é que podemos dizer que esse meio de transporte é capaz de informar e deformar os homens.

a televisão ligada pode formar uma série de imagens, já desligada não.

a tv possui um grau elevadíssimo de informação que nos enriquece de uma maneira pobre, pois se tornamos uns viciados deste veículo de comunicação.

a tv acomoda os tele inspectadores.

a caixa deforma a coluna, os músculos e o organismo em geral, sendo um meio de comunicação, audição e por que não dizer de locomação?


a tevê ezerce poder, levando informações diárias e por que não dizer horárias?


a televisão pode ser definida como uma faca de trez gumes.


nós estamos nos diluindo a cada dia e não se pode dizer que a tevê não tem nada a ver com isso.


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