às pessoas que me cutucam por terem pimenta na pele: Dani Krugets, Ane Minuzzo, Fábio Rosenfeld, ou extremamente inimigas - espécie eqüinas tantas, que o simples respirar já ouriça. assim sou - amo ou odeio. preciso de máscaras circunstanciais e durex para sorrisos de meia bochecha. quero fazer acupuntura com minhas letras para atravessar-te o corpo.
acaso não é intenção causar males. são apenas momentos de uma intensidade que não sei lidar já lidando. aí corro e escrevo na hora. pão fresco da piração justificada. acaba saindo isso - essas baratas esmigalhadas pelo impulso do nojo, e tu, a manjedoura maior do meu parir.
a arte não é somente flores e amores. a arte dói. e a dor é prazer e o meu prazer não é filiado ao lirismo.
o circo me é escola. e lá, aprendi lidar com a dor e fazer dela o instrumento condutor da beleza. a dor não é feia, a dor não é ruim e quando dominada é a maior aliada - instrumento agudo e penetrante para o triunfo com glória.
a dor é o reflexo do nosso fundo fincado. ultimamente opero neste plano - no plano da dor em meio ao desajuste, que, em breve, espero, não seja curada com homeopatia que foi encomendada.
a dor. ador. a dor é o ardor do viver. muitas leituras, mergulho, me entrego, sofro, choro, odeio, me perco, amo. amo mesmo, claro, mas meu amor é estratificado e já não me embriago com o lirismo que dele evola. eu quero mais, eu gosto das coisas que constritam os vasos sangüíneos e tremulem meu beiço contrátil, dilatando as narinas como um cavalo pronto para ganhar ou ganhar a corrida.
meus ódios são ondas de desajuste que me deixam viva, vivinha e pronta para descascar pele de tantas forem as cobras pra fazer sapato apertado à cinderela que não merece príncipe.
o por quê?
nem tudo tem explicação.arquivei o cientificismo e não estou pronta para equações explicativas. bem-vindo ódio meu.