quarta-feira, outubro 25, 2006

shshshst




o dia das palavras desnecessárias é necessário.


mãe crítica desde feto: bah, mas esse post aqui não tem nada a ver, me desculpa, mas não tem nada a ver, mariana.
o eu por respeito fingido: mas mãe, isso aí não é para as pessoas entenderem. basta que eu entenda e já tá bom.
mãe crítica desde feto: mas aposto que nem tu entende! háháháhá!
o eu por respeito fingido: claro que eu entendo, ou tu acha que iria colocar uma coisa à toa, apenas para constar como tal?
mãe crítica desde feto: não duvido necas de pitibiriba.
o eu por respeito fingido: tá bom, então vou te explicar e tu vai entender de uma vez por todas como esse fraseado não é um mero engate do meu automatismo charlatão, e que existe sim, um sopro de vida neuronal na expressão.
é o seguinte: quando morei fora fiz muitas amizades e não sabia falar uma única frase dialetal para interagir, e por mais incrível que pareça, descobri que as palavras são desnecessárias e basta ficar em silêncio perto das pessoas, que isso pode bastar. então, a partir dessa vivência, imaginei que deveria existir um dia no calendário em que as palavras fossem desnecessárias de serem soltas.
mãe crítica desde feto: ah, tá, agora entendi. agora faz um certo sentido; mas só tu que vê isso.
o eu por respeito fingido: mas vai dizer, tu não acha que as pessoas falam demais? ou será mera casualidade que eu e tu nos sentimos mais completas perto dos nossos gatos?
mãe crítica desde feto: ah, eu gostei foi da imagem... mas, mas o que é isso?
o eu por respeito fingido: são bundas, mãe.
mãe crítica desde feto: pensei que fossem dentes.
o eu por respeito fingido: mas só tu que vê isso.