domingo, abril 30, 2006

avoue hou la hou

a gente pode tudo
tudo qui quiser
é só fechar os olhos
imaginar bem forte
i as coisas acontecem
vôe
i se algo seu for embora
vôe
si o sentido de tudo desaparecer
vôe
avoue hou la hou
vôe pra conquistar
vôe
lá de cima tudo é pequeno
e vilanias são cabeças de alfinete
que dentro da caixinha
amontoam-se em desordem
esperando a vovó Não-Volta pra arrumar
vôe
vai!
avoue hou la hou
chama o vento
pros cabelos
vôe
e de lá
jogue estrelas de algodão
aos dissabores
sorrisos
aos que invejam
avoue hou la hou
vai

quinta-feira, abril 27, 2006

tirinha de rafael sica









sem mais tanto tempo pra compor minhas idéias como antes, hoje deixo um quadrinho muito especial de rafael sica, que ilustra perfeitamente a realidade de muitas salas de aula do mundo. eu sei - eu sou professora e aluna... conheço as duas faces da moeda!

especial pra demônio

vai um santinho aê?
vai, pega
é pro teu bem
pega demônio
tu é um demônio
teu truque é a língua
e gemidos bem falsos
finge bem o céu
e está lá no bebeléu
pra caralho se acha
e nem é tanto assim

tem lá o seu charme
e um garfo em brasa
um cheiro de asa
mas é um demônio
um demônio que arrasa
em piscina sulfúrea
na raia ilusão
prega até o alcorão
nada em ingratidão
e o teu futuro cão
é voar num balão
BUM

segunda-feira, abril 24, 2006

lutar com palavras

perdi minhas escrituras de hoje quando a manhã raiava. e que raiva, era pra vocês.
volta e meia rumino a sensação deletéria de perder palavras. e perdê-las é um injusto assalto à mão armada sem direito à queixa policial. não existem provas do ocorrido, não há álibis e muito menos cópias do que já se foi. tudo, tudo vai embora, assoprado prum não sei onde, e gente fica assim, à toa, com cara de panaca embasbacada com a morte de um nascimento, ou lá sei eu, se com o nascimento de uma pequena morte.
e eu te pergunto agora - quem é o culpado?
a máquina erra?
não, máquina não erra, senhores. pifa.
humano, sim - erra. erra, pifa e caga fora do pinico também.
phoda perder palavras como cinza ao vento. ai, Hiroshima... lembro de ti. Enola te arrasou sem volta. Tibbets confessou que foi um merda ao pilotar o B-29. ele admitiu, se tremendo no alzheimer, dia desses, prum repórter, que voltaria no tempo e faria um CTRL Z na resolução do comandante .
as palavras perdidas por erros tecnológicos, incondicionalmente, me levam até ti, Hiroshima. até ti, Nagazagui. nações zeradas, aniquiladas pelo não pestanejar do extremismo nacionalista sem CTRL Z salvador. é matar ou morrer. perder palavras é um embate silencioso com a memória. é a consciência de inalcansavelmente poder voltar atrás e reestabelecer o antes.
perder palavras é castigo manso de deus sem raiva. dói, claro, mas se güenta. se lamenta, mas se levanta noutro dia já nem lembrando tanto assim. por isso, faço de Drummond, minhas palavras: “lutar com palavras é a luta mais vã. no entanto lutamos mal rompe a manhã”.

post lacost

sem tempo para comprazer os espiões
hoje ela será ególatra
hoje será photoshop girl
vejam a pele de garota burguesa
os dentes de garota navalha
o corte de madame fifi
o brinco de cristal falsificado
fez uma pose qualquer
e fingiu o transe revista caras
estava apenas tudo bem
mas fingiu o a mais
a Mrs. nisem será hoje o avesso do costume
laconicamente confessará
as idéias que dentro da cabeça
são pautas rota-santiago
e ao final da travessia

chegam até vocês
e fazem cócegas por alguns instantes
na seriedade dos lábios ainda não côncavos

pra tudo isso aqui é necessário tempo
e depois da jornada out
descobre à contra gosto que o aqui é o depois
ela não está esquecendo
essa é a sua vida em fim de abril

pronto
não foi mais lacônica
no post
ela é lacost




quinta-feira, abril 20, 2006

o mega escroto

em virtude deste texto tuuuuuudo a ver de aryza lopez , uma mulher douda, numeróloga, cabeçuda, vanguardista, professora dos anos 90, mística, procto de outras vidas, costureira, hackerzinha te mete, bailarina abaladora, mãe de dois grandes amigos de infância, terei de publicar essa pérola suprasumo da sátira über sem precedentes contemporâneos a nós, cibernéticos em dó maior. literatura é isso - é fruição, é gozo de poder rir alto sem se importar se a risada é de vila ou gasparotte, é nem sempre saber de onde vem o produto final do autor e tentar adivinhar os elementos circunstantes... mas agora, a essa hora, já não importam os motivos sobre o nascimento da presente composição. não questionem, não julguem, apenas dêem asas às suas imaginações oceânicas.
tudo isso, a seguir, é mais do que estória, é lição pra ratos de crítica literária das bibliotecas mofadas do brasil, é virtuosismo pra mestrando pau-mandado de academia-beletrista analisar em sala de aula e tirar lições do agora que acontece.
então, especialmente pra vocês, seus espiões do grande clube secreto, trechos que farão, finalmente, tônus nessas barrigas dobradinhas tipo abóbora. coragem mandriões! sigam em frente! sim, encarem mais de cinco minutos a tela, se forem capazes! e será que são?
Ele tinha aquela mania nauseabunda de coçar o saco e depois cheirar as pontas dos dedos; mais precisamente as unhas grandes, usadas meticulosamente para tocar violão nas rodas de baladas. Um dia ela reclamou dessa mania nojenta, mas ele sempre tornava a fazê-lo quando achava que ela não estava olhando.
Porém, ela sempre via com o rabo dos olhos e ficava com vergonha de repetir a dose de reclamação.
Ela não sabia que saco fedia, mas ele esclareceu: ele tinha micose na região escrotal.
E, assim, foram se somando outras tantas pequenas misérias.
Ela não sabia como agüentara cinco meses aquela criatura e os seus acessos de grandeza, estes com certeza para compensar a escassez peniana (o que nem de longe seria um defeito, quando bem usado), mas nem quanto ao seu uso ele possuía algum dom que pudesse compensar.
Sua limitação peniana era tão proeminente que se tornava difícil manter o pênis no lugar adequado; ele escorregava e o seu excesso de pele ajudava a dificultar mais ainda a penetração. Por várias vezes, ela tivera a leve sensação de estar ao lado de uma mulher na cama, ainda mais com aquele cabelo comprido e o indefectível rabo-de-cavalo.
A configuração escrotal também não deixava de ser chocante! Ela descreve magistralmente que ambos pareciam ser uma mini-pizza e do meio da banha surgia aquele botão incipiente chamado pênis!Ela, uma morena linda, alta, com uma encaracolada cabeleira negra, deveria ser um contraste gritante com aquela figurinha esquálida "em todos os sentidos".
Fê gosta de relembrar dos dentes da figurinha - onde não havia um espaço, havia um podre! Bem, o bafo nem precisa descrever!
E foi só depois de algumas semanas que ela descobriu que o impecável apartamento da criatura, na verdade, era de sua irmã. Que dele não havia nem um radinho de pilha daqueles de camelô mesmo!
Hilária mesmo foi a história da "Divina Comédia"! Ele comentava tudo como se tivesse lido todas as obras de Dante, Dostoievski, Ibsen, até que um dia ela descobriu que o único livro que ele lera fora uma obra umbandista emprestada de um parente!!!
Aí, eu acho que finalmente ela caiu do cavalo! E resolveu apear!
Ah, ia esquecendo o lado "místico" da criatura! Era seu costume tecer comentários aleatórios, instigantes que faziam o pessoal da "roda de baladas" imaginar que estavam à frente de um novo guru do segundo milênio. O que ele dizia fazia a gente matutar nas profundezas do inconsciente...
Bem, uma coisa devemos considerar - ele tinha classe pra enganar tanta gente. Ou memória! Juro que eu não tenho uma memória tão privilegiada a ponto de ouvir uma frase de efeito de algum perito e depois repeti-la enfaticamente, deixando todos boquiabertos!
Logo de início, o Mega contou de suas viagens a Portugal e das cinco vezes que fora a Cuba.
Como ela adorava viajar, ela inquiriu detalhadamente sobre Portugal, e é claro, ele se perdeu, e ela sacou, e ele desviou remendando: conhecera Portugal em "outras vidas"!
Como ele tava sempre "duro" ( de grana , é óbvio!), ele inventava assaltos. Os impiedosos ladrões levavam tudo – cartões, cheques...e a grana!" Um dia, ela perguntou: "Mas e o violão? Por que não o levaram???
- É imantado! Respondeu ele com aquele olhar misterioso conhecedor dos truques mágicos...
Fora marcado um show pra ele. O Mega programou uma megaprodução - 400 incensos seriam distribuídos na porta do teatro e 400 velas iluminariam a noite. Celestial, não?
Compareceram nove pessoas, sendo que oito eram da família!
Mas a parte mais hilariante eram as visões que ele tinha na madrugada! Costumava contar que via espíritos guerreiros à volta da cama e o embate ocorria inevitavelmente com estes personagens. E ele descrevia fielmente estas lutas: quando ele estava perdendo a batalha para estes seres fantasmagóricos,surgia uma outra figura benemérita para salvá-lo - o Cacique Beira-Mar!
Quando o conheci num churrasco na cobertura do apê da Fê (até que rimou!),achei uma coisinha estranha nele - ele não olhava nos olhos da gente!
A segunda vez que eu o vi foi lá na Lancheria do Parque; eu estava com meu amigo Stefan pra curtir uma ceva geladinha. Fiquei na dúvida se o cumprimentava ou não.
Optei pelo não. Preferi o silêncio inteligente do meu amigo.
Acertei.
PS: Se você encontrar um escroto ambulante nas ruas da Cidade-Baixa, caia fora! Ele é envolvente, boníssimo e toca violão.
Mas, mas amiga, caia fora.

Marisy D´López
2001

quarta-feira, abril 19, 2006

alma ao meio

a bem da verdade universal, pósto o estandarte-bela estampa, a original e representativa do meu grande tudo nada existencial emanado da crença de ser uma cindy crawford não descoberta pelo nariz de batata. deus não é o jason, mas fez cá uma justiça meio postiça. ao invés da pinta sexy me ofertou uma pseudo-onipontência e alguns contornos de anti-heroína de faca na bota. mas só se eu usar a bota. e a bota tá no sapateiro, e ele não voltou do feriado.
ah... rema, rema remadora. vai lá, vai contra tudo, o dia só tem 24 horas mesmo. toma. toma gostoso. toma por acreditar que pode tudo. e estampa aqui e agora através desse traseiro de lua enfarada, o atropelo e a rasgação da alma de uma mulher com jornada dupla que é ser mariana. foi tudo culpa do cogumelo de 95 . o basidiomiceto que me fez acreditar que eu podia tudo e era a preclara cara com as velhas botas da harley davidson. e eu era.

segunda-feira, abril 17, 2006

inovando no relax

vamos começar bem a semana?
investe em ti, caramba. compra uns peixinhos pequeninhos em uma casa de aquários e corre pra tua toca. coloca o conteúdo adquirido em uma bacia e depois mergulha tuas bases metacárpicas; só não esquece de lavar os pés de trabalhador assalariado antes de mergulhá-los em água filtrada. tenho certeza que vai te fazer bem. afinal, são outros tipos de contatos imediatos.
um hotel japonês abriu hoje um novo serviço de relaxamento, que consiste em uma banheira com algumas centenas de peixes. os hóspedes colocam os pés dentro da água, recebendo uma "massagem" dos animais. na foto, a técnica ficou aparentemente interessante.
será que as massagens também são?
pra quem está acostumado só com abraços tentaculares e puxadelas no escalpo, acho difícil.

sábado, abril 15, 2006

quarta-feira, abril 12, 2006

espiões on line

quem não é um pouco espião nos dias de hoje?
o orkut veio para aguçar nosso espírito de descoberta sobre a vida alheia, e se você é um dos que afirmam que não bisbilhoteia, eu contraponho que duvideodó. dar uma espiadinha na vida das pessoas que gostamos, desgostamos ou, que simplesmente desconhecemos, está virando algo de praxe. e o interessante de tudo isso, é que antes de inventarem essa vitrine egótica revolucionariamente acessível a todos, levávamos muito tempo para conhecer sobre gostos, preferências e relações de algumas pessoas próximas ou nem tanto de nosso círculo. e sobre os desafetos então? nossa, é um prato cheio para nos nutrirmos de tudo aquilo que achamos o ó e aguçar mais ainda o desprezo ou a indiferença peculiares a todos nós, mortais.
antes do turco ter essa grande sacada de oportunizar a colagem de figurinhas humanas em uma única conta, descobríamos muito pouco das pessoas, e o que nos restava para saber além era estar mais engajados socialmente em algum núcleo, e mesmo assim, precisávamos nos expôr ou fazer mil malabarismos para obter informações extras. hoje, com um cliquezinho banal a gente pode vir a ter mais curiosidade, informações e descobertas sobre os conhecidos ou, claro, uma náusea ainda maior daquele ser que a energia sempre foi ou tornou-se o oposto da nossa.
meras dedadas no mouse nos permitem descobertas colombianas. o funcionamento do álbum egótico é mais ou menos como puxar uma ficha policial, deslindamos muito ou quase tudo sobre a personalidade e as ligações das pessoas que andam por aí. está tudo ali - no contraste dos azuis mais ou menos calcinha do scrapbook - ações, reações, intenções veladas ou nem tanto - lavradas como em um documento de cartório. portanto, acautele-se para não deixar rastros de seus repentes ou inclinações particulares. as palavras escritas na vitrine sempre ganham uma conotação diferenciada quando da interpretação alheia... é mais ou menos como assistir a jogo de futebol na tevê - só existem duas dimensões e não possuímos franca precisão da direção da bola. já no orkut, inexiste a tonalidade de voz do narrador. portanto, palavras mal interpretadas por bisbilhoteiros podem vir a custar caro à sua imagem. claro, tem quem não se importe, mas ante a dúvida ... prefira as mensagens em off.

terça-feira, abril 11, 2006

vaginas dentatas

os tempos estão mudando. já não sei mais se pelo aumento em alto grau do gênero feminino no planeta, mas o grande fato é que as mulheres estão jogando mais pedras que os homens. falo, não por preconceito, mas por ser realista e enxergar um palmo a frente sem precisar de óculos. antigamente tudo era diferente, havia uma certa demência no agir das mulheres, e se não era demência, era uma espécie de recato disfarçado pelas circunstâncias. esse papo de que "os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor" já não cola mais. o jogo está empatado, e se duvidar, a brasa ainda é puxada pro plantel das vaginas. vaginas dentatas que arrancam pedaço de tubarão de fazer bordado na carne alheia.
o mundo mudou. fez um 36oº comportamental e tanto. cada vez mais as mulheres estão trocando os papéis com os homens e, eu cá, num impulso de clarividência futurista, arrisco palpitelas prêssagas de que, dentro em breve, os homens estarão engravidando também; e não só isso, preclaros leitores, disputando conosco o direito à maternidade.
bom seria revezar as potencialidades ímpares entre os sexos. será que o mundo ficaria mais humano depois que os xy experimentassem dar à luz a outro ser? afinal, rasgar-se ao meio é uma maneira inconteste de se tornar um ser mais intuitivo e menos egoísta. não é viagem, não! é a chamada previsão dos tempos outros, oras bolas. se é bom, se é ruim, eu já não sei. apenas tento me moldar frente a tantas mudanças.

segunda-feira, abril 10, 2006

condicionamento


o que chamamos de realidade não passa de uma construção social e,
por este viés, só conseguimos ver o que estamos socialmente condicionados a ver.
só para exemplificar a minha viagem de hoje: o que para nós é descrito como "branco",
para um esquimó corresponde a um conjunto complexo de mais de cem cores.
tem muita coisa que existe e a gente não vê.
e tem muita coisa que inexiste e a gente vê.
úúú, que profundo que tudo é.

sábado, abril 08, 2006

ai, como eu sou linda daqui

é isso aí mêmo que rola nos fotologs da vida - a ode constante ao belo.
já tá ficando sem graça todo mundo maravilhoso como se as pessoas fossem bonitas o tempo inteiro.
vem cá, hein? por que a coisa tá assim?
eu não tô. e tu?


sexta-feira, abril 07, 2006

ossos pneumáticos

ossos pneumáticos
1% de inspiração
98% de traspiração
e o resto?
não sei.
diz tu aí.

mariana suflair


a corrida está louca
não há tempo aos amigos
a agenda lotada
a cabeça entupida

a paciência esgotada
o ímpeto vultoso
é tanta coisa a saber
e tantas outras a ensinar
preciso de alturas
da coragem de infância
se jogando sem medo
crendo no corpo
crendo na sorte
seja onde for
tudo sempre dá certo
o circo me chama
me chama de novo
o circo me molda
me molda e meu corpo
vai voltar pras alturas
com ossos de pássaros
chocolate suflair
mariana pneumática
teu lugar é no ar
no ar suflair da magia
onde a imaginação
bem contigo se cria

quarta-feira, abril 05, 2006

blue light

achei legal a idéia da Patrícia de alardear ao mundo a essência aromática preferida, e como sou bem original, resolvi copiá-la. esse perfuminho aí é algo arrebatador ao ponto de congelar momentos. já sentiram em algum cangote do planeta Vênus? ou de Marte?
o nome? ah, blue light de Dolce & Gabana. é algo soberbo, cítrico, envolvente, marcante, dá moral, e te deixa deus(a) da ilusão absoluta.
o preço? sei lá, acho que uns R$ 170,00 pila. sim, menestréis, as atmosferas inatingíveis custam caro. por isso são inatingíveis, oras, nada é à toa. quem pode, paga e quem não pode sonha. please, lexotan one more time.

o melhor palhaço

palhaço de três gerações, o grande mestre dos picadeiros e palcos do brasil se despede do mundo material. Carequinha, fez parte da constelação de estrelas do riso espontâneo. o melhor palhaço da minha infância foi embora hoje. presto essa singela homenagem porque ele sempre me inspirou coisas boas e sonhos de circo nas tardes em que eu ficava sozinha em casa assitindo televisão. foi o pioneiro a trabalhar com o público infantil na televisão brasileira e ensinou até a xuxa o beabá de lidar com a fantasia e o imaginário das crianças. trabalhar a primeira vez na TV foi difícil pra ele , pois só havia uma uma câmera, não tinha auditório e nem videoteipe. então, se ele errasse, estava errado mesmo. no primeiro dia de trabalho do seu programa, Carequinha disse para o diretor que estava acostumado a trabalhar com o público e precisava daquela resposta imediata do riso e do aplauso da platéia. então, no programa seguinte, arranjaram umas cadeiras e colocaram umas trinta, quarenta crianças e pais. desta forma, foi o primeiro a inovar com a idéia de programa de auditório na televisão; ele inventou botar crianças dentro da TV. Carequinha, do contrário que se pensa, também tinha tempo para os estudos, tendo estudado até o 3o ano da faculdade de direito. desde criança, sua mãe o matriculava na escola de cada cidade por onde o circo passava. foi o palhaço dos presidentes getúlio e juscelino e deixou marca indelével na história da comédia brasileira. enfim, foi o cara que passou por aqui, fez história e deixou algo mais.

segunda-feira, abril 03, 2006

meu lexotan

segunda-feira é brabo. sinto uma depressão enorme quando o domingo vai se esgotando depois das seis. tento organizar a agenda, adiantar algumas correções de alunos, mas tudo em vão - início de ciclo novo me pega de jeito e panos quentes nessa altura do campeonato são meros coadjuvantes. a luta, a batalha do pão diário não mete medo; mas gosto de me esconder da crueza do cotidiano no quentinho do quarto-útero que pintei de vermelho. não, eu não quero o lá fora, o tudo tão feio e agressivo. as ruas lotadas e o disputar mísero de calçada me arrancam suspiro de cavalo lôco. desejo mortes em série quando daquele descompasso em minha dianteira. eu não gosto de ficar atrás de quem tem costas feias. e o mundo tem costas de tijolos descascados. preciso ser a primeira, a primeira sem barreira, na frente máxima de todos, e não mais enxergar as costas de tijolos dos corpos que avançam prum não sei onde que sequer me interessa. e o cheiro? ai meu deus! o cheiro que outros deixam quando passam como um vento me causa estranhamento. eu não quero sentir aqueles cheiros invasores. hoje, até um pouco depois do meio dia, tudo que movimenta o ar à minha volta me transtorna. quero as estátuas vivas do brique preenchendo os espaços todos. hoje é segunda. um beijo na bunda e tu não está de sunga. não, eu não quero ver o oco, mas também não quero ver os sertanejos do mundo na rua da praia indo à guerra, que mais parece de lá voltando em plena sete horas da manhã. me permito, então, apenas por alguns instantes sonhar acordada sob torpor do enfrentamento inescapável. eu preciso sonhar a qualquer custo qualquer sonho que seja. três, cinco, sete piscadelas com delongas já me são suficientes para aplacar o desencanto envolto. e ganho na loteria ali mesmo, na frente dos muros humanos. um sonho de loteria xixi-de-criança-perna-abaixo. é só imaginar bem forte que a realidade muda. ai, coisa boa. enfim, alço um vôo bem longe e não vejo mais os tijolos de pano e pele. tudo fica melhor quando a gente sonha. ah, ilusão, meu doce lexotan constante.

domingo, abril 02, 2006

tá dominado!

semifotografiadorealdenovostempos. shhhhhhhtcalabocaporquieuseiquetugosta.