terça-feira, outubro 30, 2012

u obo

quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau...


segunda-feira, outubro 22, 2012

dor iana, mariana.



ah, a vida linda, perfumada, viajada, bem vivida.
mas lá no fundo a vida de margarina é um ranço só. 
tudo não passa de uma mentira; uma mera convenção para que não apareçam ratazanas estampadas ao invés.
abaixo daquele verniz mercadológico está a mais profunda faceta: a vida egoísta, a vida filha da puta tendo como recheio ensebado o EU acima de tudo.




* uma singela homenagem aquele cara de tamanduá ávido, que, apesar dos sem números de títulos da área de humanas, ainda come, respira, veste e caga dinheiro.



domingo, outubro 21, 2012

miguelito



sempre ficará aqui o rasgo da facada.
cravaço no peito ao deixar a morada,
meus sonhos, minha retaguarda.

terça-feira, outubro 16, 2012

pra acabar com nostalgia derramada


eis um modo mais desapegado de encarar uma mudança. digamos que...
a metade dos conselhos eu já fiz exatamente como consta!
então bora assimilar algumas outras dicas da dona martha, que, de vez em quando, não é que ela acerta?

segunda-feira, outubro 15, 2012

vi-da, vi-da, vi-da! Davi.

hoje nasceu o filhote da minha grande amiga e parceira dos tempos das belas letras.
Ane, muitas felicidades! que o Davi traga crescimento, alegrias, amor, vi-da, vi-da, Da-vi para a tua vida. 
e, nesse ínterim de mencionar a remota São Manoel, resgato lá do fundo do copo das poesias aquáticas, o tempo mágico dessas duas egoistinhas, que sempre desejaram ter a vida inteira pra continuar estudando, vivendo de mascar arte, entornar brahmas, sem donos para o nosso relógio no tempo livre, ficando longe, distante de compromissos familiares que atassem. agora... fica a pergunta fatal da mulher passada dos trinta: 
"- filhos, se não tê-los, como sabê-los?"  
E agora, José?


bom, em todo caso, apesar de sermos umas mães "Sara", uma coisa é certa: aproveitamos (acho) suficientemente a vida quase eterna de filhas. e foi bom demais! Agora, há uma nova vida, duas novas vidas: a do Davi e da nova Ane, que, hoje, também nasceu!



bem-vindo, Davi! 
rei do mundo.

terça-feira, outubro 09, 2012

a chave

quando eu começo a abrir as infindáveis caixas da mudança, posso incrivelmente sentir os eflúvios da casa antiga recendendo junto com todas as coisas que vão saindo de dentro delas.  mais fácil seria tocar a vida estando este apartamento vazio e recomeçar tudo do zero, sabe? realizar meu grande sonho de me desescravizar das coisas, essas mesmas arapucas que me atam em meio a tralhas, espelhinhos de índio acalentado. e lá vem os cheiros de novo. isso dói. e dói justamente porque a vida não volta e voltar não é mais a solução: é a derrota. então não me güento nesse fatalismo e caio na tentação viciante de ouvir o gato miar,  puxando uma seleção de bandas gaúchas da porra salvadora do youtube, aí, pronto: é sanguinário esfaqueamento nesse peito nada engessado de devoção besta! bidê o balde, pouca vogal, wander wildner, tonho crocco, ô. júpiter maçã, ultramen! acústico & valvulados, um tal de eric van delic...  bah, somente a gaulesada fodalha a chamar o Jason em plena segunda-feira quase 13.

entre sincopadas gaudérias que mitigam e ora torturam essa minha sede salgada de saudade, não me resta outra aventura senão ficar jogando uma espécie de três marias mental: fico paralizada sobre os amontoados de papelão dando um tempo pro porre de ressuscitar coisas, coisas, coisas, coisas, coisas e resolvo que a melhor saída pra fugir da escravidão material é refazer, aqui, sem pressa os caminhos antigos e reincidentes do bonfim, revendo os amigos pelo pensamento, emergindo da consciência as mancadas a contra-gosto,  minhas faltas e provas, talvez, veladas, de amizade; o silêncio escorpiônico delongado por fome de auto-ajuda e necessidade de boca calada, colada de gostosa solitude; imagino, também, os canteiros repletos de flores dos Ipês antigos, tapete orgânico pra alegria e desespero dos velhos maniáticos das calçadas tantas; os parques de porto na primavera cada vez mais temporã, esperando a minha canga da bahia e um belo chima da bruxa Amanda! o cais da mauá e seus guindastes semi-escondidos dos olhos de todos, o rio meio podre, mas guaíba a emoldurar o  orgulho do grande nada... e então sinto que sou sim, sou, mais do que nunca, uma estrangeira em busca de uma ressignificação pr´uma vida que ainda nem me atrevo direito a peitar. afinal sou fixa. sou gato ancião que não quer mudar de casa por nada deste mundo. 



 



Ainda não me sinto, ainda não me imagino, mesmo já estando na pólis dos bem-aventurados. É estranho escrever isso, já me precipitando com certo estado de espírito gaucho de não pertencimento quando fora da querência. Talvez sejam as dores do desenraizamento forçado. Porto Alegre. P-o-r-t-o Alegre. província-cozinha da mamma e do macarroni quentinho. Há algo de confortante na ovópolis onde nasci. Por isso de "cozinha" - lugar, em geral, medianamente pequeno, onde nos sentimos bem, seguros, perto dos açúcares, bafores, temperos, colheres, guinsos cegos ou nem e cristais paraguaios. Assim é minha Porto Alegre; minha cozinha onde relego a louça, porque sempre há tempo. "Nessas cidades" mais aceleradas, mais modernas e desenvolvidas, à sombra de paulicéia, a corrida pela sobrevivência desumaniza, acaba artificializando a vida. a vida linda. de piscina de esplanada. e tem que estar tudo em ordem. não se adia a louça. tudo tem que estar bonito na terra dos polacos do taco com sinteco. essa coisa muito bonita e certinha me cai um tanto besta. enfã. preciso de um divã. para desabafar meus afãs de Teixerinha. Afãs de meu Tio Mário, que, ao vir ao paralelo 30º, sempre anuncia ser a última vez da vida dele, um sem-número de vezes; mas, invariavelmente, dá um jeito de cruzar o globo pra passear no brique. é isso que faz porto alegre: amarra. dá uma chave de buceta nos vivente.


segunda-feira, outubro 08, 2012




uma cidade pode ser tantas e de todos os seus jeitos...
mas jamais será ela como aquela onde enraizada está a alma.
e, nesse ínterim de saudosismo derramado, preciso urgentemente aprender que NÃO,  que as coisas NÃO SÃO ETERNAS.

segunda-feira, outubro 01, 2012