segunda-feira, julho 30, 2007

caraca!


(alto lá, mariana! um pouco de simplicidade nessa vida! tenta. vamos! acho que tu consegue.)









feliz é o caracol! pode levar o lar a qualquer lugar e
sem esfarrapadas desculpas de não poder dar uma carona.

domingo, julho 22, 2007

antes de ser depois



a perda. a perda de que falo é a privação da presença, do calor outrora tão bom. e em meio ao malogro de estar viva, entre o vagido do amargo soluço e a busca de um bálsamo curador, surge, lá de dentro do dentro, algo em mim. uma imagem. a salvadora imagem de um botão. um simples botão que apareceu para me salvar da dor de ter os pés no mundo. basta apertá-lo.
entre as tantas e tantas imagens que rodam na minha cabeça, a essa bendita, que agora está em minha mente, eu me agarro com toda força possível para então sobreviver. de chofre, e o mais rápido possível, eu começo a sonhar. a campanhia do botão CTRL Z aparece atrás das minhas pálpebras.
eu posso. eu quero. eu vou apertar esse botão. um barulho começa a soar fininho dentro do meu mundo recém criado.


após a pressão do dedo sobre a saliência da peça, a vidaaaaaaaaaaaaa voltaaaaaaaa. as coisas todas que estão lá na frente vão voltando para trás. e o insólito nunca foi tão bem-vindo em minha vida. bendita seja a campanhia do botão. o antes, tudo aquilo que já foi, reestabelece-se ao seu toque. e assim como uma planta com raiz pendente é colocada à terra, o pedaço arrancado de mim é colocado de volta ao seu lugar. na lentidão das mãos desabituadas a enterrar, areia sobre areia, o buraco aberto vai sendo tapado. um alívio percorre o corpo. começo a sentir as coisas acomodaram-se, e de volta, tudo aqui, intocável de novo.




olho em derredor e vejo o pó flanando das superfícies à luz, os livros de muito tempo na cabeceira, agora na prateleira, as pombas de outrora, envenenadas pelo louco, arrulhando na minha rua, avisto pela janela pássaros voando de ré entre as nuvens, os algodões da Paineira, no chão da Protásio Alves, voando rumo ao cume das copas, e sons lá de longe - vozes alegres entremeadas aos chamamentos carinhosos e aos grunhidos felinos de quando ela vinha saltando no ar e fazendo os seus barulhinhos. tudo isso está novamente perto de mim. que alívio reconfortante traz essa campanhia mágica. ameniza-se a dor. e viver depois de seu toque é sair por aí sem olhar o relógio irrevocável do tempo.



ela não está. ao mesmo tempo está, ali, me olhando, porém não consegue mais expressar o esplendor daqueles dias de brincadeira. o corpinho está sem calor, e minha tristeza verte em mar sem-fim ao ver os olhinhos em meio palmo me olhando e, por debilidade, mexe apenas uma orelhinha como reconhecimento do meu rosto.




é, eu sei. é a hora da despedida. a gente pode ver. não precisa dizer nada. o silêncio sempre foi o intermediador maior do entedimento. uma porta lá longe, em um outro universo, está sendo aberta; agora vais poder continuar dando teus galopes no ar, bem atrás daquela porta que se abre para ti, minha Punk querida.


quarta-feira, julho 18, 2007

inoculado oco


momento julho. faxinas, lides manuais, menos intelecto, mais mudanças e escassa inspiração. gata Bizunga doentinha, eu ocupada com limpezas de orelha bichada e, claro, com o meu próprio vazio criativo que intempestivamente deflagrou-se, talvez, ante a própria necesidade de finalmente ocorrer.
não há condições, definitivamente não há. durante muitos dias rumino possibilidades, histórias, crônicas, acabrunhados sofismas, acasos, casos relatados ou poemas vagos para aqui bater o meu ponto funcionária pública blogspot; mas, desta vez, foi fatal. o vírus do grande oco inoculou-se nesse corpo inercial, que em vão, só em vão mesmo, tenta algo. entretanto, de "algo" só algodões embebidos de Otodem parecem daí sair.
o relógio ponto da trabalhadeira sem eira nem beira parou. precisa de relojoeiro. o relojoeiro está arrasado. a tragédia do A-320 que explodiu agora há pouco o abalou; necessário se faz esperar que ele se reestabeleça e, enfim, consiga raciocionar para encaixar peças para o tic-tac tictacear.


obrigada, xodós, xodouas, pelas visitas constantes que o meu infalível contator acusa por aqui.
deixo meu aceno preguiçoso com delongada piscada borrada de uma visionária querendo um algo mais, ainda, ainda desconhecido.

quarta-feira, julho 11, 2007

o bonecro verde de Daisson


Pamela Dienifer Tiélen apaixonou-se por Daisson Michel, em uma pensão de Cidreira. trocaram juras de amor, telefones e endereços eletrônicos. entretanto, dizem, algumas neutras línguas, que nesse dia, justamente nesse dia, em que se falavam pela primeira vez após as férias do carnaval, Dienifer estava pra lá de Bagdá, Síria, Egito de Iemenstruada.





- oi?
- ...
- oiiiiii, tudo bem contigo, Daisson Michel?
- ...
- pô, faz um tempão que a gente não se fala.
- ...
- fala!
- ...
- saudade, sabia?
- ...
- diz alguma coisa!
- ...
- ...
- não te faz!
- ...
- eu tenho que sair daqui a pouco. não perde o meu tempo.
- ...
- ...
- ...
- ei! pshshshst!
-...
-...
-Pamela Dienifer Tielen acabou de chamar a sua atenção!
- ...
Você não pode utilizar esse recurso mais de uma vez seguida.
-...

- beibe, presta atenção, eu não fico louca por ti quando tu entra nesse silêncio de respostas do teu fraseado automático. sacratíssimo, úúúúúú, eu não fico nada, nadica, nenhum pouco delirante para ouvir a tua pseudo-rouquidão bem sussurrada quando tu apresenta essa contracenação babaca, aqui, na garganta de tempo do msn. caramba, ô merdentíssimo, eu fico triste, pra ser sincera, até frustrada, por querer saber de ti, da tua vida, e não conseguir sequer saber uma vírgula, uma triste vírgula ou travessão de um pedaço de feijão. bem se vê que o tempo é bem padrasto contigo. provavelmente, caiu numa foça, tá mal por uma outra rainha das neves....

- mas tudo bem, esse é teu destino, justamente por essas reações formidáveis, que tu já deveria ter enterrado há algum tempo, hein. tá mal? ação e reação. e assim será por toda a vida toda vida, até que tu cresça e tua macheza não dependa no teu gingado de macho dominante. aliás, o bom gingado, (aquele mesmo, o gostoso que a gente conhece) é apenas um iceberguizinho, que representa o fiofó lá do cachorro lá do sítio.
olha pra cá! não estou jogando, como tu, cacete poluto, aqui não é jogo de dama, xadrez, ai, odeio bingo! ou o baralho a quatro. o que

- existe é a vontade de um diálogo dinâmico, mesmo que rápido. e não esse banho maria ridículo em que tu acha fazer doce-de-leite.
tenho, consideração, amizade, paixão e um quase formigamento odiento de ti. mas tudo bem, fazer o quê?

- a ti, tudo de bom, sempre.

- cara! eu tava no banheiro. foi fulminante.

quarta-feira, julho 04, 2007

gremista vermelha

pseudo-poiesi de gaveta. coisa antiga na camanga.
ah, não vale?
talvez truque de cafetina?
o fato é que diabos! essa diaboloua me inspira!


poder e glória da cabeça que me pariu! minha rainha comunista, fantasminha do ferrado efeito cam fotosensível; mesmo enterrando o diário de 64 no quintal, nunca silenciou essa boca autêntica.

finca o garfo da verdade no meu peito! fala as mais ácidas cruezas sem papas! bate a cinza do teu crivo nas minhas escleróticas e me cega pra´lgum bem qualquer. vai!

não importa a dor!

isso! tira o limo da minha pretensão bastarda:
"mariana, tu te acha pra caramba; baixa a bola, guria! e vai fazer urgente um curso de gramática!"



(essa é minha mãe)




domingo, julho 01, 2007

tuvêtevendo?


devo escrever alguma coisa? (não adianta, não consigo não escrever).


mas enfim, acho que posso brincar de vez em quando, né?
caramba, cansei! acabaram-se minhas estórias cutes, meus ódios transbordantes e deliciosos de aqui estampar, minha Lili literatice Nice simplesmente findou! e chega! chega de discurso blasé!
aliás, a única coisa que sei de momento é que devo brincar mais com as palavras; mais, preciso mais! muito mais!

comecei com essa idéia mágica quando fui obrigada a fazer uma pesquisa odienta, ao cúmulo de chorar de tédio, para a cadeira de Prática de Ensino I, em uma editora bãm-bãm-bãm de abalo. (foi quando vi deus de súbito! dá para acreditar? deus! deus em pessoa, finalmente tomou corpo e apareceu à essa atéia sionista, lá na Mauá, em um fúnebre dia cinza!) porém, ao invés de debruçar-me a folhear livros pedagógicos e fazer anotações para a minha orientadora, delirei sem sequer sentir uma brisa de remorso, nessa franca delícia do Arnaldo, que até então não conhecia.
ARTE!
AR!
AR!
TEARTEARTEARTEARTE liga!