domingo, dezembro 05, 2010

o chá, a vida

tanta coisa atropelada, esquecida, ora anotada, pronta pra ser escrita, mas puft! puft.





domingo, dia 28 de novembro, foi o chá de fraldas da Marina. Eita festinha trabalhosa. O Fábio editou um filme-documentário que durante os quase sete meses da gestação fomos gravando. Ficou bacana. Agora a Nina tem uma história de vida. A história de Marina. Não tenho intenção de parar com as filmagens. Quero mais. Quero tudo, todos os detalhes que estão acontecendo em derredor: as danças, as músicas que coloco pra ela escutar, os bons e maus dias ora pesados de sono, as novas dobras de gordura corporal, meu novo ser que nasce de minha transcedência à Terra.




As pessoas mais importantes da minha vida apareceram e, isso, inegavelmente, foi o maior dos presentes. Logicamente faltaram aquelas outras, do convívio mais cotidiano e, que, inclusive, confirmaram a presença no evento; fato xarope que insuflou uma mágoa amarga, dessa que se precisa de um teeeeempo para digerir a falta de consideração inesperada; mas já perdoei. apenas não engoli direito o quadrado, que, dentro em pouco, certamente dá um jeito de ir arrendondando as bordas pontudas. Minha barriga é por demais pesada, não tenho condições de carregar mais pesos, ainda mais os mortos; por isso, preciso perdoar. justamente - para me livrar de cargas! cargas extras. Afinal estou com 11 kilos acima do que costumava empurrar no dia-a-dia; não é barbada. O caminhar é muito lento, sinto uma sensação de torpor, chapação lisérgica mesmo. Obviamente essa é a parte boa e linda, linda de morrer.




pela manhã, levantar para o trabalho, parece-me, cada vez mais, uma tarefa pra lá de odisseica. tenho de enfrentar cobras e chacais pra envergar o uniforme xexelento da empresa, passar a maquiagem (que nem surte mais efeito) para disfarçar o desgosto que se derrama pelos olhos e cara a baixo quando a questão é ir para a labuta. Essa tem sido a parte mais difícil, verdadeiro martírio: trabalhar. trabalhar me é um malefício - o que aniquila profundamente e me faz questionar - "até quando? até quando, meu dellllls?" Vontade verdadeira de passar os dias comendo melancia gelada, de pernas pra cima e me preenchendo com silêncios, pássaros cantantes da rua e paz. paz. Longe de pessoas hipócritas e que vertem feito baratas sôfregas em dias de temporal. E, nessas horas de asco, não é caso de por veneno, Baygon, essas coisas ruins da Bayer pra se livrar a curto-prazo; Isso é palhativo apoucado pro meu vasto sentimento de vácuo espiritual dentro daquela merda. quero apenas me livrar. enfim, ter um planeta novo para habitar. sumir. surgir.