segunda-feira, junho 11, 2007

téc


Ai, ai, ai...o ser humano e essa téc, téc, téc, téc...
- Téc o quê?
- Ah, tecnofilia.

Pois é, o ser humano às vezes busca a ilusão balsâmica de que só os resistors, modems e válvulas podem dar - a proximidade física ao não estarmos tão próximos assim. E então, tudo fica mais fácil quando as palavras podem voar desnudas e sem medo de encontrar barreiras de caretice.
A internet faz milhões de indivíduos realizados, endoidados, babados e surtados, pois o signo representativo do eu transita livre, aqui e ali, sem precisar de warm presenças para se bastar em si.

Olha, para alguns seres, pode ser preocupante quando a atenção à godnessnet beira extremos de fissura, para outros, um salvador alento à solidão; mas a grande verdade sob o entedimento do meu microcosmo capsular é que essa parafernalha toda de cabos, tubos, placas, satélites e téc-técs, salva da crueza da rua. E a melhor coisa é se iludir às turras de que a vida é perfeita e cheia de magia. (ah, pára! é maravilhoso perder a noção do tempo e ficar aqui, adentrando todas as fronteiras, num sem-fundo que não te exige nada além de ser uma estátua perdida de olho congelado). E o pensamento nesses momentos de trepanação via modem, é sempre o mesmo - "só mais um pouquinho"... "só mais um pouquinho"...
eita conspiração diabólica, Mr. Gates!

Mas essa hipnotização cerebral é perfeitamente entendível, pois, via de regra, o pensamento do obsediado internauta gravita inconscientemente na órbita do "ah, daqui a pouco tudo acaba, agora quero mais é ter prazer", e sendo esse tudo uma grande ilusão, recriamos-na sob forma de realidades necessárias à nutrição do espírito que está sempre em busca de algo hedonístico para confiar a existência.
Olha um exemplo: eu cá, no quentinho, protegida da chuva, viciada na net e me fingindo que manjo alguma coisa desse papo de dominação da téc . (é, nóis sofre, mais nóis goza).