domingo, junho 03, 2007

formão na mão, eis a religião



Há várias formas de se ter companhia. Tem gente que tem companheiro de copo, tem gente que tem companheiro de viola, tem gente que tem de reza, de rave batstaca, ou chimarrão invertido; Enfim, tem gente que inventa qualquer coisa e, por parceria, pode achar algo imaterial para se enrodilhar nas necessidades que brotam do nada.

Sabe aquelas coisas às quais a gente se apega e que por si só já vale grande parte da motivação da existência?

Pois que minha grande e devotada paixão religiosa é dar vida ao que a metafísica me permite. Parir pensamentos por vacábulos é minha missão. Sou uma convicta parteira de verbos, e, tamanha bruteza é minha lide - não uso fórceps, pois o formão é o ferramental para esculpir ao que eu bem quiser no final. Mas que pusta arma eu tenho em mãos! Formão metafísico do eu é mais que Galil, UZI, HK 44 e M-16 ratateando por ódio ideológico em território inimigo.
Formão na mão é religião. E eis a melhor arma de aniquilação. Palavras, palavras, às vezes dulcíssimas, como puro mel de apiário; outrora fel como a amarguenta bílis subida à goela por náusea.

Palavras e suas larvas, louvores...
e o resto?
O resto é silêncio. Pois ele, ele é o maior mestre de todas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ando com muita dificuldade em comentar os teus escritos porque neles sinto muito verbo da alma, e, por isso, é melhor estar quieto.
Mas este texto, embora, venha dessas paragens, já se soltou mais, está mais desangustiado,e trás, de novo, uma Mariana com olhares plurais!

Josué

Anônimo disse...

ô, mari! o que posso te escrever frente a essas palavras?


num sei.
só pra dizer que vim aqiu e dei as caras...

beijo grande em vc

Ana Pree disse...

Mari, teu blog é apaixonante...
Salve!
Bjs