quinta-feira, maio 11, 2006

manancial

a preguiça que sobrepuja o espírito
é como um cavalo que trotanto o bosque em velocidade
cai sem querer na areia movediça
e seu magnânimo corpo lentamente vai indo prum fundo
vai se indo profundo e sem fundo
o vigor das patas de guerra agora é um pedalar de astronauta perdido
não consegue fugir
nem vencer o cansaço
não há fundo no nada que puxa

já não consegue mexer
nem subir para a grama
fazer o tropel retumbante dos cascos
voltar a pisar à terra
as heras rasteiras
não há fundo
apenas seus olhos ainda são livres
percorrem os lírios da mata
brilham como quando veio ao mundo

está tão quentinho ali
um imenso cachecol amorfo se entretece envolto ao pescoço
a densa lama emoldura um quadro
onde as crinas voadoras são disfarçadas algas contorcidas
nesse instante o derrotismo é bálsamo que liberta
as testemunhas do mesmo lodo
são efêmeras bolhas explodindo gordas
e não viverão muito
porém celebram no manacial
o vôo de um cavalo alado

7 comentários:

Anônimo disse...

ficou lindo isso.

Anônimo disse...

Buenaço.

Anônimo disse...

Desculpe-me, cheguei tarde. Mas adorei o branco dos esquimós. Primeira vez que leio texto com tal construção... Interessante,,,

Cinecittà disse...

Inteligentíssima, toma meu msn se quiser partilhar de loucuras atormentadas cinecitta@gmail.com.
Jornalista, Ricardo, Porto Alegre.

Anônimo disse...

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