sábado, outubro 14, 2006

ódio meu

às pessoas que me cutucam por terem pimenta na pele: Dani Krugets, Ane Minuzzo, Fábio Rosenfeld, ou extremamente inimigas - espécie eqüinas tantas, que o simples respirar já ouriça. assim sou - amo ou odeio. preciso de máscaras circunstanciais e durex para sorrisos de meia bochecha.


quero fazer acupuntura com minhas letras para atravessar-te o corpo.
acaso não é intenção causar males. são apenas momentos de uma intensidade que não sei lidar já lidando. aí corro e escrevo na hora. pão fresco da piração justificada. acaba saindo isso - essas baratas esmigalhadas pelo impulso do nojo, e tu, a manjedoura maior do meu parir.
a arte não é somente flores e amores. a arte dói. e a dor é prazer e o meu prazer não é filiado ao lirismo.

o circo me é escola. e lá, aprendi lidar com a dor e fazer dela o instrumento condutor da beleza. a dor não é feia, a dor não é ruim e quando dominada é a maior aliada - instrumento agudo e penetrante para o triunfo com glória.
a dor é o reflexo do nosso fundo fincado. ultimamente opero neste plano - no plano da dor em meio ao desajuste, que, em breve, espero, não seja curada com homeopatia que foi encomendada.

a dor. ador. a dor é o ardor do viver. muitas leituras, mergulho, me entrego, sofro, choro, odeio, me perco, amo. amo mesmo, claro, mas meu amor é estratificado e já não me embriago com o lirismo que dele evola. eu quero mais, eu gosto das coisas que constritam os vasos sangüíneos e tremulem meu beiço contrátil, dilatando as narinas como um cavalo pronto para ganhar ou ganhar a corrida.

meus ódios são ondas de desajuste que me deixam viva, vivinha e pronta para descascar pele de tantas forem as cobras pra fazer sapato apertado à cinderela que não merece príncipe.
o por quê?
nem tudo tem explicação.arquivei o cientificismo e não estou pronta para equações explicativas. bem-vindo ódio meu.

12 comentários:

Anônimo disse...

puts grila. tá foda a coisa, hein?
imaginei mesmo um cavalo soltando vapor pelas ventas. fortes imagens e forte escrita cada vez mais intensa.

Anônimo disse...

Devo convocar Chesterton, que dizia: na vida, a partir de certa altura, já não temos mentalidade aberta porque isso é como ter a boca aberta, e não podemos ter a boca sempre nessa posição!
Ou será melhor dizer:há males que vêm por bem!
Vá, caríssima!

Josué

Anônimo disse...

Meu Deus! como me arrependo d n ter acompanhado a evolução ou a evocação dos teus sentimentos últimamente... hj pus, um pouco,em dia...mergulhei e amei, esqueci dos problemas, quase chorei, poi vi evocados alguns dos meus sentimentos,caos e tals..
As imagens são do mesmo nível, maravilhosas.
Tu é maravilhosa!


Marieni Prieto

Anônimo disse...

Meu Deus! como me arrependo d n ter acompanhado a evolução ou a evocação dos teus sentimentos últimamente... hj pus, um pouco,em dia...mergulhei e amei, esqueci dos problemas, quase chorei, poi vi evocados alguns dos meus sentimentos,caos e tals..
As imagens são do mesmo nível, maravilhosas.
Tu é maravilhosa!


Marieni Prieto

maricota disse...

obrigada a todos pelas visitas e pelo constante incentivo de cada um de vocês. estou percebendo que um dos sentidos da minha existência está valendo a pena.

Anônimo disse...

...
sob


sob

danikrugets disse...

pimenta. pra fazer arder os olhos, pra sentir o gosto do doce, ou do amargo de todas as coisas.

pimentinha-calabresa que vive a condimentar todos os pratos que me serves, a alimentar todas as bocas sedentas de um mundo diferente, inimaginável, que se vê, mas não se entende.

cereja com pimenta.

maricota disse...

... não se entende?
:(

é, a escrita tem dessas coisas...
a compreensão pode fugir ao alcance dos leitores.

Anônimo disse...

puta que pariu!
esse teu blog tá de cravar!

Talita.Alencar disse...

simplesmente foda !
usaria uma expressão mais, digamos que intelectual, ao seu nivel, mas diante disso o que posso dizer ?! é fodaa !!
Deslumbrante, fascinante, magnifico.. seus sentimentos traduzidos em palavras são surpreendentes . :)

Anônimo disse...

Todos, mas todos os dias visito a tua página,de longe, de Lisboa;não te conheço, a não ser do que te li,do que te leio, com algumas dificuldades, umas polissémicas, outras porque te vestem,sem que te veja; e,se é verdade que "a compreensão pode fugir ao alcance dos leitores", também é verdade que a compreensão não deve( porque poder, pode)fugir ao alcance de todos os leitores, sob pena de ser o que escreve, quem, afinal,foge;

Com todo o respeito

Josué

Talita.Alencar disse...

estou grata . ^^
sinto-me bem vinda, pois não teria como começar melhor do que te lendo; sua escritura é inspiradora.