terça-feira, agosto 28, 2007

cascas não visíveis

tem vezes, quando o sentimento de cumplicidade é ferido, que acaba por matar um pouquinho do que ainda resta de nós. acontece. é a lei. a casca da ferida não só se faz em tombo infante. a casca aberta ou não, pode ser provocada pelo o simples abraço ou parabéns que ficou no desejo que fosse dito, esperando para ser desembrulhado com fita colorida na expectante noite que não veio.




o mundo é cruel como as chibatadas desmesuradas nos cavalos famintos. e pode crer. dói mais do que supomos. as cascas não visíveis dipensam mertcholate: não há cura. é desenho de tatuagem imagético -, umas menores, outras maiores, enfim, cada uma a seu modo a preencher a pele.

quinta-feira, agosto 23, 2007

água parada


hoje, faz mais de uma semana que eu não dava a luz por aqui. ao contrário do que acreditava, nem sempre podemos ter o melhor dos mundos, que lá no fundo, a gente finge existir, driblando madrugadas ao dormir feito coruja para manter em dia o exercício da escrita que, se acaso parar, perde a liga.

notaram? a água do blog começa a ficar parada. tal qual um aquário esquecido de água velha e sem mais oxigênio.

o acelerar da vida real arranca-me do plano dos sonhos, essas bênçãos tão necessárias para aqui seguir com esse meu canto reservado à magica de dar vida ao que brota de mim.

enfim, que caiam gotas, muitas gotas aos borbotões bem gordos na água esquecida. e que os seus círculos trêmulos na superfície, por mais esparsos que possam surgir, sejam o sinal do bater do meu coração, aqui, palpitando a vida nesse mundo tão bom e distante daquele surreal lá fora que me salta às barbas.

o mundo das palavras precisa de ti, mariana.

e tu, mais ainda, delas.

quarta-feira, agosto 15, 2007

por aí...

(segredinho só entre nós): as lágrimas de uma aparente tristeza é agüinha da emoção, reservada e fiel ao meu sempre verter quando acabo de dar à luz ao que, de uma forma, ou outra, chega ou parte de mim.

não vou-lhes mentir, leitores, eu sempre me emociono ao escrever, e, tal fato acontece, porque no plano da embriagante escrivinhação, posso trazer o agora, o ontem, o nunca, fazendo vocês, parte do movimento universal dos tantos olhos curiosos que vêem entre tantos vai-véns de vens curiosos por desvendar o meu aqui, seja ele as coisas bonitas, feias, dolorosas, triviais e idiotas desse pedacinho micro do meu mundo, da minha vida na Terra que chora.



bueno, chega de desabafos, vamos dar uma volta? que tal?
sair por aí e invadir outras fronteiras além blogspot?
pois que hoje resolvi escrever em um outro lugar; então, clica em cima da imagem e vamos viajar juntos até lá.

;)

terça-feira, agosto 07, 2007

marcador


Existem tantas situações que podem servir para marcar etapas da vida; e, independente de tudo ao redor, se tu quer ou não, enxergue ou sim, tenha mai ou pãe, diga nim ou são, sempre haverá as fases. A fase das coisas, dos bichos, das mulheres, dos quase homnídios, dos homens e homens e OMOS de fases.
Todos, quase todos, têm uma maneirazinha, mesmo que nem tanto secreta, de demarcar etapas.



Vaso ruim, um novo chão pra cair. Os cachorros (obviamente) escolhem os postes. Os gatos desnorteados, sapatos para enxixizar. Os ratos, novos bueiros a peregrinar. O João de Barro, os melhores galhos para morar. Os pandas, as melhores bambus para mastigar.
Os presidiários, um celular para fugir do celar. O Pão duro, uma conta do além para reclamar. Popuzudas, novos shorts para atolar. Ninfomaníacos, novas esquinas para trepar.

Políticos, pares de tetas para mamar. Deputado, nova loteria para acertar. Hipocondríaca, uma nova boleta para delirar. Robocop, novos chips para detonar. Os árabes, novas guerras para encetar. Ninfas, um novo Ulisses para aliciar. O entendiado, um raro pássaro para engaiolar. O ledor, um livro não lido para engasgar. A revista, um factóide para orbitar, a mulher romântica que nega, um Roberto Carlos para cantar, e a mulher bipolar, sapatos Paramar.



O carrasco, uma cara vítima. O popstar, um escândalo.
Chefs e gourmês nem precisa dizer. O OMO, um novo lançamento.
As principesas falidas, perfume second hand. os coitados, sapatos de brechó.
Narizes que respiram com o cérebro escolhem a música. E cérebros que respiram com o nariz escolhem óculos escuros da hora pra fazer chamariz. Tudo, mesmo que por um triz, uma fase. Mesmo que dure uma vida. A vida é uma fase. Até porque, daqui a pouco, nossos pés precisam ceder lugar a outros que vêm.


Então está tudo assim. Tudo bem demarcado. Etapa por etapa. Cada qual, bem feliz, à sua maneira, vivendo a singularidade das suas pretensões plurais.
A começar por mim...

quinta-feira, agosto 02, 2007

bêjo

estava, te juro, há mais de seis meses para escrever algo sobre o beijo. enfim, tomei coragem para falar um pouco sobre o privilégio que a cama dos dentes pode extender a nós, beijoqueiros, ou não.
hummm. são gomos fofos que se encostam, alguns arrastados, outros menos delongados, e, quando podem, em ócio sensual. sintoniza. é aqui ó :- *
não muda de estação. o beijo é antena à sintonia da emoção.



beijos! há uma série que se estalam por aí. beijo oriental experimental apenas na horizontal. que tal? beijo rotatório - tambor armado de FARC indômita. beijo esquimó. minuto a minuto nunca é o ó. beijo queijo. um selo. dois selos, três selos bem secos, assim, só por ser. clichê, merdê.
beijo sangria desatada, drácula da sede além boca. beijo pescocês. beijo balinês. beijo musical. beijo de beber. de comer. insensato de arrancar pedaço.
beijo de crente - de tia no ar. ganhar, não-ganhar já tanto faz...
beijo para ser louvado - do salva-vidas. assoprado. ligeirado, no ato. sem hora pra acabar.

lingüinha de cobra. língua dura de saracura. linguão de boi babão. beijo-bafo com bala chiclé.
e um beijo de outro planeta? ah não! é o ranheta do cara careta. pobre. pobre beijo.
pão-pão-bêju-bêju, se com mais quêju eu quéco derretido. beijo rico, então.
beijo popstar, teatral cheio de técnica malabar. beijo borboleta ou enlagartixado, às vezes, pra lá de perfumado. beijo espumante, mamado-dançante, mas olha só que cabra safado!
beijo privilégio de rei. ei! por que todo mundo nega se quer um babujado?


fecha os olhos. mas nem tanto. espia por fina frestinha de pálpebras. faça beiço. beija o beijo! e fuja das locas bocas lobas mais interessadas em fazer-se notar do que em dedicar para amar!