terça-feira, novembro 07, 2006

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... tocou no ponto que não é tocável, desenterrando o pior da minha condição humana - a dor. e, justo por isso, ergo agora um monumento invisível ao escarro de meu mais profundo repúdio: a ferida em mim aberta à faca por amor tão forte que esgota a paixão por força do ódio.
essas escritas torpes, que sei por fortes lâminas vocabulares, são zonas intermédias da vivência que estampo sob códigos para apenas poucos captarem. tudo de mais oculto se contém nessa escrita. logo, já não escrevo para os que me lêem e por aí nos ares planam escondidos, ou sequer escrevo para o egoístico deleite meu, e enfim, já não escrevo para ninguém mais, e alma penada alguma. apenas vagueio os dedos cortados entre as teclas por puro vício de parir palavras, e milagre é sair alguma coisa que o valha.

não adianta mais enrolar, chegou o tempo de admitir o que talvez a metafísica constitua para si como um incômodo passageiro: o comixão de minha insignificância que beirou às raias; e admito, sou fruto da semente mais demente do papai fincada no óvulo pontual da mater fucker em 76. na boa, viver é difícil. e a esperança? bom, por enquanto, sei que rima com dança e, então, só peço aos deuses que me concedam o belíssimo nada que lhes pedir antes que eu adormeça o meu vulgar sono de pão, malabares e estradas sem mapas sob o céu de photoshop.
agora, leitores, vou-me. portanto, dizer mais é explicar o que de nada serve, e dizer menos é mentir. as palavras... vejam só! estão falando por mim na mudez imperativa do agora, e se bastam, rainhas, com a voz que lhes é própria.