terça-feira, agosto 01, 2006

o doente por teta

Aos sete anos levava tremendas bofetadas de deixar relevo marcado na cara - a mãe já estava cansada de dar as esvaziadas e caóticas tiras de pele na boca do insaciável filho mamador; nada de leite, uma reles gota mais havia no extenuado e franzino corpo materno; mas, ele, ávido como um combatente, insistia e continuava a querer, a ferro e fogo, os frangalhos de pelanca que em tempo distante o nutriam às turras.

O mandrião acostumado a sugar sem parar
, jamais se acostumou a ficar nenhuma noite sem alguma ponta de teta nos beiços parasitas. Com vinte anos começou a violentar a irmã para poder continuar a mamar feito um terneiro mamão.
E como Dienifer Suélen tinha asco daquele irmão queixudo que se deitava com ela todas as noites para apoderar-se à força de seu peito com a afiada boca dentada. De nada adiantava empurrar a cara dele a socos - era um verdadeiro louco, um obcecado por mamicas quando a noite baixava.
Por mais que a sua irmã o repelisse, toda santa noite, ele pontualmente, como um tigre voraz, saltava em sua em sua cama, levantando a blusa para abocanhar impiedosamente o corpo fraterno.

Um dia Dienifer casou e, Gilco Luís viu-se em maus lençóis - começou a passar as noites em agonizantes espasmos de boca saudosa de mamilos roubados. A ponta do travesseiro começou a ser chupada para o sono custoso surgir no breu da ignomínia dos desejos da fera humana. Em vão. Tudo em vão. Para dormir precisava mesmo de uma boa teta carnuda na boca. Procurou a mãe para empreender a façanha, mas esta, coitada, havia extirpado, outrora, as cancerígenas glândulas em cirurgia fracassada, que deixara-lhe verdadeiras crateras obscuras no tórax.

Uma noite, Gilco, entristecido, estava com a boca no cone da linha, atrapalhando o andamento dos trabalhos de costura de sua mãe, que não agüentava mais esforçar-se em afastar a teimosa cabeça do filho dos tantos carretéis já empapados de saliva... quando, de repente, uma grande idéia sobreveio a iluminar a insólita angústia da madrecita amargurada: pediu para o tio Gilso levá-lo na roda gigante do parque que chegara na cidade. Afinal, Luís precisava ver outras coisas para esquecer aquela obsessão que perturbava cada vez mais o andamento das lides domésticas.

Chegando ao parque, de mãos dadas com o tio, Gilco, sem demora, desfez-se do entrelaçamento das mãos atadas e embrenhou-se furtivamente por entre a fila da multidão ciosa a andar em algo que lá adiante arrrodeava. De longe, avistou brilhosos cabelos movendo-se lentamente em um círculo apertado. Aos trancos, empurrou os circunstantes e então, subiu de atropelo no carrossel das bonecas russas se pondo a rodar todo embasbacado com os corpos das ninfetas congeladas a girar. Gilco era só emoção. Não podia crer no que seus olhos viam, não podia!

No primeiro momento, ficou envergonhado de seu irrefreável ímpeto selvagem; porém, com o transcorrer dos instantes, prosseguiu cadência com a empresa instintiva. Estava mais do que condenado a buscar aquilo que todos da vila achavam estranhamente anormal e, agora, sob a iluminação noturna que banhava os transeuntes em azul , estava disposto, mais do que nunca, a assumir de peito aberto ao grande público, sua devassa natureza cortante. De imediato, não se atirou de boca às engessadas mulheres. Olhou de esguelha para os lados e rapidamente avistou um copo no lixo - um salvador copo ali perto, ôxa vida sortuda! Deu alguns passos rápidos até a lixeira e apanhou em uma só baixada de corpo a pequena vasilha de plástico. De
súbito, tremendo muito e se rindo sozinho, gargalhando e tremendo mais e mais ainda o enorme esqueleto encorpado, se pôs a brincar com a borda do copo na teta da boneca alemoa. Passava o copo pra lá e pra cá, pra cá e pra lá, na teta da mais loira das bonecas.

Até o raiar o dia, Gilco ficou ali, com raízes plantares no chão de ferro sendo irradiado pela piscante luz azul do carro giratório. Fechou os olhos a mamar
entregando-se inteiro ao sono infante não sonhado há tempo. Entre a dureza das acrílicas formas venusianos, aconchegou o rosto no meio dos dois morros. Podia ficar ali mais tempo, não levava safanões por amar esses escondidos pedaços de carne arredondada. As profanas tetas inanimadas foram sugadas até que a a última luz do parque se apagasse por completo. Adormeceu, de pé, calmo e sozinho na mais completa escuridão com uma teta na boca e o copo na mão. Finalmente, Gilco fechou os olhos feliz - agora tinha tetas só para si.

A manhã despontava e sua mãe, na quietude da casa, respirava tranqüila após dobrar todas as encomendas da semana. Umedeceu o pano na pia e limpou as manchas dos cones manchados de baba sob a escassa iluminação que aparecia rutilante nas frestas da pequena casa. Isaura, agora, falava baixinho, envolta em aura eclipsada de luz invasora, sibilando assoprados alívios de alma com Deus. Agradecia, de olhar velado e em sussuro manso, às esperadas graças de iluminar o caminho filho.

10 comentários:

Anônimo disse...

meu, iso aqui tá cada vez mais insano.
tu tá loca, véia, só pode.

maricota disse...

conforme diz minha amiga Ane Minuzzo:
sim, loca. loca ao natural.
a literatura confere às mentes esse poder avassalador e módico aos que do éter metafísico nutrem a existência.

Anônimo disse...

Mari...só tu mesmo pra contar um conto assim...que legal que te conheci...sempre valeu a pena...bjos

maricota disse...

pôxa... conheço algumas julianas que apreceram na minha vida. Todas elas importantes. Nada de generalizações com esse nome tão bonito.
Mas, afinal, qual Juliana esteve aqui?

Anônimo disse...

deve ser a tua aluna cabeçudinha aquela... ehehehe

to sentindo uma certa fervilhação cerebral nesse texto.

maricota disse...

pô, dedé... mas como é que eu iria divulgar um texto com essa carga de insanidade à uma adolescente?
pô, eu tenho que manter as aparência de ser um ser normal.
pelo menos em sala de aula, oras.

Anônimo disse...

eh a maça verde...bisbilhotando vc...rsrsrsr juliana

maricota disse...

maçã verde...
pôxa maçã verde! como esquecer minhas ganas com aquela tua cor verde te laqueando?
amor eterno, simples.

Anônimo disse...

esse teu blog é muito afuzel!!!!

Metamorfica disse...

fantásticas tetas, onde encontraste tal ser? poderiam ser os homens mais aficcionados por chupar nossas tetas, adoro que me chupem as tetas...