
olhos cerrados no refúgio do quarto protetor. venha, bálsamo negro, para eu aos poucos escapar no ir me indo sem medo de chegar logo lá. daqui a pouco mais - sumindo, indo, indo, beeeem distante, eu vou estar.
os sons daqui começam a ficar baixinho e, de repente, a respiração da barriga é acordeom bailante a selar os arenosos olhos de chumbo que já nem abrem mais.
cheguei de lá. tá escuro e é tão bom agora. que dimensão abafada essa.
não existem cá os magros cavalos chicoteados por impiedoso braço padrasto. não vejo bocas que ao lixo buscam a continuação da vida.
ai, que bom ficar aqui. os lagartos pensantes roendo o mundo onde pousam seus pés vis que outrora chutaram os índios, são apenas esparsas lembranças desencontradas de dejavu. os canalhas do governo, a bestialidade do islã, os alcólatras perdidos, os desalmados deboches das putas sem escolha nas miseráveis províncias esquecidas, começam a ser deletados como bolhas de sabão topando em casuais pregos da memória.
o lixo amontoado, a merda do esgoto, a bomba escondida, o riso comprado, a ignorância do mundo, as ignóbeis quimeras cobradas, os amigos que não voltaram, o terrorismo cego, foram tudo uma grande conspiração maquivélica da lagarta matrix.
a fumaça do cigarro fétido jogado na cara por ter sido sincera, agora é orvalho de flor de louca dama, que sublima gotículas brilhosas em minha face e, meu deus! no céu, acreditem! uma vasta liberdade lilás - gaivotas em vôo branco ruborizadas pelo sol que faço ir poente.
agora eu danço e meus cabelos são orquídeas em ciranda no ar que me volteiam em moldura aureolar. sou um anjo demoníaco do orquidário e meu o relógio é congelado com neve da Lapônia. mudar as horas? apenas se eu quiser.
e se, então, caso querendo de verdade, faço piscadela de borboleta namoradeira e derreto os flocos de gelo para então dançar brincando no compasso tic-tac. e quando o vento sopra o tempo, danço leve, danço como as crianças alegres sem medo de tentar errar.
uma porta à dimensão mágica foi aberta. é aqui mesmo um grande lugar para ficar. agora vale a pena recomeçar os planos soterrados.
quando as pálpebras alongam os cílios, o mundo aqui de dentro gira, rodopeia a comandar a minha doce liberdade sonhadora do ar.
uma porta à dimensão mágica foi aberta. é aqui mesmo um grande lugar para ficar. agora vale a pena recomeçar os planos soterrados.
quando as pálpebras alongam os cílios, o mundo aqui de dentro gira, rodopeia a comandar a minha doce liberdade sonhadora do ar.