
tão belas, fulminam
que medo, que sina!
entonces nem ouso
mirar lá muito não
porém basta um adulo
elas se aconchegam redondas
como as dos gatos felizes espreitando no escuro
mas ô vixe! tem horas que não tem explicação
intrigam, estranham!
os iriologistas de escol até lá do velho mundo
e mais! ainda mais!
imanta os muitos passantes na rua
querem todos saber o segredo
por que lutam tuas pálpebras
nesse tremido de bolita cai-não-cai
mergulha a íris, e de baixo já volta de bóia
afinal, que bóia bácea é essa?
um "hei de subir" de caixa d'água?
os cílios, um eterno adeus que não se decide
vão, vem. delongam-se dançantes
haja resistor! nunca, nunca descansam
uai! o que é isso?
seria uma gravidade de lua?
ou de Terra alfinetando no empurro?
seria tristeza? o fardo nosso de cada dia?
ou tua sedução mais incontida?
pode ser, pode ser.
contudo, de uma coisa eu tenho certeza
são teus olhos, Amanda
uns olhos-de-sono.