sábado, outubro 31, 2009

a seco pra viver


hoje, ao chegar em casa, encontrei dentro da bolsa um bilhete anônimo (provavelmente daquela abuZada da Amanda [ainda bem, que, por onde passo, há sempre um anjo tirânico a cutucar) com duas frases que constavam assim:
"- mariana, o que tu tinha hoje? me conta, o que é que tu tem de uns dias pra cá?"
então, em vista da curiosa circunstância, pus-me a pensar no assunto...




não, não tinha e não tenho nada. nada de mais, apenas resmungos, azedumes triviais e a casmurrice que se avolumam num crescente dessa às vezes quase sempre tola vida breve. no mais, a náusea volta e meia emerge, dá um tempo, boia um pouco, então, (creio que ainda sou aquela velha guerreira afeita ao ganhar ou ganhar) engulo, em ato voluntarioso do meu regente planeta Marte, (viva a guerra!) aquele a seco e com cascalho, e lá vou eu. volto à respiração de garganta incompleta, aquela básica anti-yoga, porque se fosse a profunda, não seguraria a onda, vomitaria até a rôpa colar no corpo. vomitaria da vida, dos seus ditames e leis de raposa, na qual e até quando?! sempre triunfa o homo-peido, que de sapiens só tem o papo cheio de veneno.


afora isso, bem loca, né. loca como sempre. delirando no delicioso silêncio das tardes solitárias, que dão cada vez mais margem ao eco dos pedantes e maravilhosos literatos - Hugo Friedrich e Emil Steiger, (com os quais e apenas mais alguns seletos naipes marcados [isso, me odeiem!] certamente, poderia passar todas as minhas ainda restantes) que uivam no cabeção mais inchado do que nunca. inclusive, acho que se agora caísse uma gota no meu copo seco, aqui do lado, eu me embebedaria de completude vazia cheia do nada. porque eu tô loca, lôca de feliz à tarde, e azeda de burrice na alvorada. e tu aí do bilhetinho ainda me pergunta porquê?
é simples, vivo entre bichos redomões, e meu dia, há mais de sete meses, começa às 3 da manhã. só por isso.

ah, ô grande nada da vida...