quinta-feira, janeiro 27, 2011

menininhes da história



nesses últimos dias, um pouco antes antes de conhecer a marina, sinto que os essenciais instintos estão mais soltos do que nunca, - rédea às largas, nenhum freio e sequer boleta pra travar.
sabe, gostei dessa tensão esticadinha do fio vital da gravidez. fio de um trapezista experiente. de quem não pode errar, porque já nem arrisca quem sabe não haver pit-stop nas alturas. ah, e se eu falar da bendita justeza certeira no pisar mesmo com os ossos moles? troço pra macho mesmo. salto alto?
jamé, bebé.
mas, enfim, sinto-me muito viva, alerta, sagaz, sempre pronta pro bote antes de qualquer rápido piscar.

viva a natureza! e, tenho dito: pra parir tem é que ser macho. então, nesse instante própício, reflito sobre a espécime legitimada como tal pela ciência; infundadamente, é claro. pois, caramba! olha lá! vê se não é? são tudo-tudo menininhas ticudas; menininhas medradas, passarinhos temporãos, famélicos, de boca aberta, esperando a mamãe voltar para enfim viver e ufa - arriscar um bater de asas.



sim, vocês não sabiam? houve um equívoco semântico dos graves na história das palavras: meninos são meninas! meninas são meninos!

sábado, janeiro 22, 2011

samuca braunstein



9 meses! ufa. ufa.
a nina mexe muito, faz calombos na barriga,
verdadeiras dunas do saara,
massageia a bexiga, faz fom-fom no pulmão
dá apertões no esôfago
arriscando até um sapateado flutuante...
nessa organicidade tocante
a curiosidade explode!
será moça comportada?
ou moleca gurizinho?
marinaaaaaaa!
como é você, aquariana doidivana?

sexta-feira, janeiro 21, 2011

dedinho amiguinho

sabe, é um curioso caso essas pessoas que não tem um puto furado no bolso e, ainda assim, gostam, precisam ostentar, - comprar quando não tem, ou pior: quando já tem! se o caso em questão fosse só comprar, podem ter certeza, a crítica sequer estaria aqui. entretanto, os macambúzios beiçudos gostam de comprar um artigo, mesmo já o possuindo, apenas para ter uma corzinha diferente, pra combinar com a parede e então fechar todas com a lua nova que surgirá, segunda-feira, no céu de marte.

nessas horas, eu só tento entender, - de onde vem essa cultura OCA, esse pé atoladaço no irreal?

ah, sim, evidente - justamente, por isso, não tem nada. não tem nada, nunca. viver de aparência, de superficialidade é oxigênio purinho no planeta ameba-burguês. e depois ainda reclamam: "ai, estamos lisas, não vai dar pra viajar esse ano. que pena." e, no outro dia, lá estão elas, comprando uma roupinha, com a conta no negativo. então, imagina se não?! logo, logo, encontram alguma desculpa para si mesmos, na vã tentativa de amenizar o ensurdecedor eco no oco:"ah, mas é no crediário. nem se sente."

então, com a devida licença, amebas, dedinho de lady pra vocês.




quinta-feira, janeiro 20, 2011

o horizonte da taipa


o horizonte lhe era tão sobremaneira estreito. todos os dias, ao chegar na esquina, topava de testa com ele.
no outro dia, sempre a mesma coisa. nunca lhe ocorria utilizar a memória para poupar analgésicos.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

respira. 1,2,3

fingir que não está acontecendo nada enquanto ao derredor o mundo está a enojar, sinceramente, é o exercício mais transcedental que já experimentei.

mas, pago o preço.

domingo, janeiro 16, 2011

vírgula

Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).




Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.


Detalhes Adicionais

'SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.'
Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.
Uma vírgula muda tudo.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

domingo, janeiro 09, 2011

some ice is nice



passei meses reclamando dele
portanto nesses dias de calor sufocante
tenho de me redimir com o frio
porto alegre é uma caldeira
extrai-me as forças
então eu resto como uma sobrevivente
não diviso esperança no horizonte
os olhos sempre a meio palmo
coluna murcha
cara sugada
até parece dopada
ô autômata sem-graça
à toa veio ao mundo
xô pra lá, maria sem-braço!





* gosto muito da expressão 'joão sem-braço'; geralmente é utilizada para denominar a pessoa que não faz nada, é preguiçosas, escalada e cuja falta de pró-atividade faz com que os outros façam as coisas para ela.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

meu mundo amniótico

(se vocês não forem preguiçosos hoje, perceberão que a foto abaixo não possui combinação nenhuma com o teor do texto. todavia, sempre é bom dar uma quebrada no meu Marte ao lado de Júpiter, assim como é bom tomar um chimarrão e comer um chocolate, beber um vinho Merlot e tomar uma água mineral. uhhhhh. as quebras! tem de haver!)


tudo, mas tudo, ultimamente, parece tão idiota. as pessoas, seus jeitos, suas promessas que se dão ou, já nem sei - que se deram só por aquele micro-apenas preencher de silêncio circunstancial (bah, isso me enjôa muito, tenho que confessar).
me diz!? aquela bosta de facebook - de repente! todos cagando ao mesmo tempo pela boca - meu deus! quantas mentes rasas navegando no assoreamento da seca de Bagé! realmente, os circuitos neuronais estão algo - beirando a depressão do magma no núcleo da lava. o óbvio nunca jorrou tanto pelo modem e inundou, tão, mas tão à contra-gosto, a minha sala limpinha com Destak.
a humanidade jamais me encheu tanto de tédio, com seus despejos verbais monotônicos, como agora, como hoje, como ontem, como há muito tempo só que eu fingia estar tudo bem - fingia que o circo tava bom.
e por falar em bom, sem pensar em 'bomba' trazendo um belo Blecaute, de Marcelo Rubens Paiva (já leram?) - o lado bom, o que não me leva AINDA ao divã é que dou um jeito de envergar the diplomacy mask, maskemerda, mas tudo parace um blá. um blá pastoso - de chiclete colado no calor - ecoando seu som difuso num meio líquido, onde as ondas sonoras parecem gravações distorcidas, de demônios, graves, daqueles sonhos estranhos, que a gente quer mais é passar pra próxima cena. próxima! próxima! próxima! (e, no final, - esquece - nunca fica interessante, tem mais é que tentar sonhar outro dia; acorda, vai! bota um som alto (mesmo que seja brega! inventa que combina com aquele estado dos ânimos), varre a casa, espana os ares pra disfarçar os diabos em volta).
É engraçado, é curioso, os seres preferem falar, falar, falar e não, nunca ficar em silêncio, - talvez, pra 'não ficar chato'. humpf, mal sabem eles o quão bom é quando ninguém fala nada e apenas estão. ah, eles não sabem o que é isso. o "isso", amiguinhos da Boza, é o vide a esfinge lá no Egito; vide o gato velho que sabe curtir a tua companhia; vide a árvore dançando no vento; vide o entendimento pelo olhar, vide a apertura do botão do foda-se, sem medo das consequências que podem vir, que certamente virão e ainda assobiando ária, como se inexistisse um amanhã. "Isso", isso é ESTAR. É ESTAR PLENO.

ah, e as "outras pessoas", então? as que não tem vida própria e nossa! como podem depender tanto de esmolas?! de ferrinhos paupérrimos que só os sovinas se agarram com suas manias de Segunda Guerra Mundial - dependem do mínimo suspiro alheio para animar seus circos dominicais com tela faustina no background da monotonia a&b, b&a, A&B, B&A, A&b, B&a. me diz?! esse oco mental galático seria por conta de não encontrarem razão ou simplesmente por desconhecerem m-e-s-m-o a arte, a possibilidade de contemplação, a quimérica alienação que instintivamente nossos olhos podem congelar-se viajando gratuitamente e além, ou então não saberem entregar-se a outras atividades manuais, mentais, ou simplesmente esquecerem de vez das sexuais e suplantarem-nas senão por fofocas, invejinhas maquiadas de piada leve, revivals repetitivos que já se sabe mil vezes o final da história e dããããããã - uma sorvetada na testa de presente, quer?
é nessas horas que invoco o Rappa: "me deixááááááááá, que hoje eu tô de bobeira, bobeiraaaa..."




sério. a bossalidade humana me deprime. me comprime. e, eu, embolado êmbolo, refén. só vou.
ei! tu, aí! me dá uma esmola de vida-verdadeira-que-eu-procuro e pronto. ou, tranca a injeção com a ponta do dedo e explode com tudo. assim, vem a liberdade - da mudança. da morte.

terça-feira, janeiro 04, 2011

minuzzo máxima


(não é questão de falta de memória... mas mesmo, ora, padecendo deste mal, - oras-bolas - gravidez chapante! os artifícios são sempre mais instigantes, mais instintivos! pois que nunca os adormeço.)






eu falei pra ela. falei que foi por causa das Formosas.
nos outros anos, pensei serem sempre as Azaléias, no auge da floração rosa-moça, a avisar do seu aniversário!

sábado, janeiro 01, 2011