quinta-feira, janeiro 06, 2011

meu mundo amniótico

(se vocês não forem preguiçosos hoje, perceberão que a foto abaixo não possui combinação nenhuma com o teor do texto. todavia, sempre é bom dar uma quebrada no meu Marte ao lado de Júpiter, assim como é bom tomar um chimarrão e comer um chocolate, beber um vinho Merlot e tomar uma água mineral. uhhhhh. as quebras! tem de haver!)


tudo, mas tudo, ultimamente, parece tão idiota. as pessoas, seus jeitos, suas promessas que se dão ou, já nem sei - que se deram só por aquele micro-apenas preencher de silêncio circunstancial (bah, isso me enjôa muito, tenho que confessar).
me diz!? aquela bosta de facebook - de repente! todos cagando ao mesmo tempo pela boca - meu deus! quantas mentes rasas navegando no assoreamento da seca de Bagé! realmente, os circuitos neuronais estão algo - beirando a depressão do magma no núcleo da lava. o óbvio nunca jorrou tanto pelo modem e inundou, tão, mas tão à contra-gosto, a minha sala limpinha com Destak.
a humanidade jamais me encheu tanto de tédio, com seus despejos verbais monotônicos, como agora, como hoje, como ontem, como há muito tempo só que eu fingia estar tudo bem - fingia que o circo tava bom.
e por falar em bom, sem pensar em 'bomba' trazendo um belo Blecaute, de Marcelo Rubens Paiva (já leram?) - o lado bom, o que não me leva AINDA ao divã é que dou um jeito de envergar the diplomacy mask, maskemerda, mas tudo parace um blá. um blá pastoso - de chiclete colado no calor - ecoando seu som difuso num meio líquido, onde as ondas sonoras parecem gravações distorcidas, de demônios, graves, daqueles sonhos estranhos, que a gente quer mais é passar pra próxima cena. próxima! próxima! próxima! (e, no final, - esquece - nunca fica interessante, tem mais é que tentar sonhar outro dia; acorda, vai! bota um som alto (mesmo que seja brega! inventa que combina com aquele estado dos ânimos), varre a casa, espana os ares pra disfarçar os diabos em volta).
É engraçado, é curioso, os seres preferem falar, falar, falar e não, nunca ficar em silêncio, - talvez, pra 'não ficar chato'. humpf, mal sabem eles o quão bom é quando ninguém fala nada e apenas estão. ah, eles não sabem o que é isso. o "isso", amiguinhos da Boza, é o vide a esfinge lá no Egito; vide o gato velho que sabe curtir a tua companhia; vide a árvore dançando no vento; vide o entendimento pelo olhar, vide a apertura do botão do foda-se, sem medo das consequências que podem vir, que certamente virão e ainda assobiando ária, como se inexistisse um amanhã. "Isso", isso é ESTAR. É ESTAR PLENO.

ah, e as "outras pessoas", então? as que não tem vida própria e nossa! como podem depender tanto de esmolas?! de ferrinhos paupérrimos que só os sovinas se agarram com suas manias de Segunda Guerra Mundial - dependem do mínimo suspiro alheio para animar seus circos dominicais com tela faustina no background da monotonia a&b, b&a, A&B, B&A, A&b, B&a. me diz?! esse oco mental galático seria por conta de não encontrarem razão ou simplesmente por desconhecerem m-e-s-m-o a arte, a possibilidade de contemplação, a quimérica alienação que instintivamente nossos olhos podem congelar-se viajando gratuitamente e além, ou então não saberem entregar-se a outras atividades manuais, mentais, ou simplesmente esquecerem de vez das sexuais e suplantarem-nas senão por fofocas, invejinhas maquiadas de piada leve, revivals repetitivos que já se sabe mil vezes o final da história e dããããããã - uma sorvetada na testa de presente, quer?
é nessas horas que invoco o Rappa: "me deixááááááááá, que hoje eu tô de bobeira, bobeiraaaa..."




sério. a bossalidade humana me deprime. me comprime. e, eu, embolado êmbolo, refén. só vou.
ei! tu, aí! me dá uma esmola de vida-verdadeira-que-eu-procuro e pronto. ou, tranca a injeção com a ponta do dedo e explode com tudo. assim, vem a liberdade - da mudança. da morte.