sábado, setembro 13, 2008

nada morrerá



de repente a gente se viu
trocamos olhares cúmplices
e por algumas vezes nos acenamos
que encontro!
foi tão bom te ver daquele jeito
através do vidro enorme
tu estava no outro lado da rua
enquanto eu me distanciava em retilínio afastamento
na poltrona virada em direção contrária
aquela que ninguém gosta de sentar porque dá tontura...
dentro do ônibus eu fui me indo
e mesmo querendo te acenar mais
travei, talvez envergonhada
de parecer mongolona
e à medida em que ele acelerava pra longe
ao contrário da lógica
eu fui te vendo tão perto
e ali naquele instante imaginei nosso adeus
seria assim dia de nossa despedida?
sei que não devemos pensar ou falar nessas coisas
mas pensei que daquela forma seria lindo
porque nosso encontro na rua parecia um sonho
desses que quando se acorda, lamenta-se o abrir dos olhos
e no teu aceno
descobri que a nossa cuplicidade
nasceu justamente
porque de ti nasci
e estou aqui pra te continuar