
quanto mais o tempo passa
menos tempo a gente tem
quanto menos se o tem
mais se faz aproveitado
ai, esse tal tempo engolido
nunca é regorgitado
e quando arquivado
é clips enferrujado
quiçá lembrado
de ser anexado

os pensamentos volteiam randômicos na cuca. transladam o jeito sul lá na ala norte do bronx desabituado a jeitos sulistas, mas bah, pra ti vê, tchê. fica tudo misturado como novelo de vó cansada e a entropia se institui celeste nos neurônios da senhoura desse espaço.
eu alongo. faço, sim - faço alongamento de músculo tamanhos. sou vaidosa da mente e do corpo. mens sana corpore sano, ai, claro, todo reles mortal sabe escrever essa merda de frase. mas a real é que esse clichezão dos Césares resumem um ideal cultivado desde que percebi coisas do corpo e da massa cérbera como interligadas cúmplices.
meu, não tem essa. corpo e cérebro andam juntos, e a excusa de estar caidaço e molengão, desculpem-me a franqueza mordaz - é a escolha deliberada de ser o que se é sem a mínima ambição de ser pavão.
mas enfim, escrevo, enrolo, e nada de novo acrescento, reparou? e, vejam só, mais um dia transpassa a folha do calendário impiedoso do tempo.
pôxa, difícil questã essa ...
não queria dizer de imediato, mas...
agora, azar, lá vai:
ora, de se deparar, assim, no más, com o não-ser funcionária pública da palavra como havia imaginado durante todos os dias deste ano.
put´s. isso acontece quando eu limpo os espelhos de dentro. a realidade chamou o limpol que fisgou meus torpores com anzol.
puxa vida, que besteirol.
Aos sete anos levava tremendas bofetadas de deixar relevo marcado na cara - a mãe já estava cansada de dar as esvaziadas e caóticas tiras de pele na boca do insaciável filho mamador; nada de leite, uma reles gota mais havia no extenuado e franzino corpo materno; mas, ele, ávido como um combatente, insistia e continuava a querer, a ferro e fogo, os frangalhos de pelanca que em tempo distante o nutriam às turras.