segunda-feira, novembro 15, 2010

morando no vazio


o projeto "morando no vazio" continuaria se não fosse...

finalmente estou edificando a minha biblioteca; vou juntar todos os livros da antiga casa, os que fui adquirindo desde quando vim morar aqui, e lá vou eu separar o gêneros, as capas duras, os para restaurar, doar, esquecer...

e essa sensação de ficar juntando coisas, (por mais que a palavra livro jamais seja uma "coisa" sob a minha percepção - permisso - agora o é) me deixa louca de dó. dó! de preencher essas prateleiras tão lisinhas das lixações com esmero e ora cheias de perspectiva para os olhos percorrem sem se deter. dá pena. eu gosto de vê-las assim, vazias; é tão bom a casa ampla, sem muita coisa, minimalista.

e, depois de tudo arrumado, perfeitamente organizado, livro por livro, ah, não fica bonito pela inércia em si. vem o pó, mais livros, mais vida fúngica, mais espaço para arranjar entre eles... e, claro, mais coisa pra limpar e escravizar as barbas. até quando essa submissão e acúmulo, hein?


ver, sentir a casa mais abarrotada me compunge de agonia que toma nervos. well, por ora, não há outra saída. o materialismo do meu ser exige de mim. então, enquanto o espírito de Thelma & Louise não baixa neste corpo, deixo-lhes o registro do tempo em que o projeto "morando no vazio" durou. durou e teve a intenção de ser, pelo menos, alguns dias. e, embora já esteja tudo pronto, resisto. acreditem. protelo a arrumação; ativamente penalizada de prosseguir contra o meu sonho, contra a verdadeira vontade de me desfazer de tudo sem olhar pra trás.



ah, se não fosse... esse meu jeito terráqueo de ter.