domingo, maio 09, 2010

mão na mão, pé no chão

a mão da mão


um afago nos cabelos
o balanço do berço sob a lua
o preparo do lanche na lancheira
o cosimento míope da roupa rasgada
a ingestão amarga do meu esquecimento
uma palmada vermelha que estala no remorso calado
no telefone, a discada com gastura até obter a resposta que não vem
a espera insone até que os passos sejam ouvidos de novo
a mão que sempre segurou a outra para que este corpo não quedasse.
agora percebo - cheguei até aqui por ela e descobri uma coisa:
mão, é na tua que está o teu coração.










Nenhum comentário: