sábado, novembro 29, 2008

dedo cruzado

Eduardo Marques pergunta: E aí Mari! Tudo bem? Como vão os escritos?


Olha, meu amigo Edu, as coisas estão indo naquele crescente mais pro sumindo do poético do que pro indo do patético. Eu, suportando com necessário estoicismo o mundo operacional, binário - passa-passa passará passageiro acolá em todos os momentos, sem o mínimo tempo para aprofundamentos intelectuais, (ai, como isso faz falta) apenas para execuções exitosas no câmbio operante do rádio da companhia. Mas, contudo, sigo com alguns planos em mente - de regressar ao mundo das letras, nada ainda definido com afinco, (só com meu figo ((de dedo cruzado)) preciso que pelo menos o ano encerre, e eu veja os fogos no céu para me decidir de vez...



Confesso, por ora, minha literariedade ou qualquer simples vestígio de verve à escrita foi soterrada. Acimentada. Tapada por completo com camadas e mais camadas espessas pelo excesso de pressão diária e muuuuito trabalho. Sinto que é algo tal qual como uma pessoa que perde a voz, ou um alguém que deixa de ouvir o som, e, no meu caso, eu perdi as palavras - meus ouvidos, minha voz interna. Ou, talvez, tenham elas sumido de mim com minhas orelhas e voz... vá saber... quiçá, o desquite foi tácito e numa boa, de repente um afastamento temporário para o amadurecimento da relação? Afinal, nem sempre, (aliás, quase nunca) as coisas são como realmente desejamos. Que pena, achava que estávamos tão bem, eu e elas, de vento em popa... C´est la vie, mon Chér.



*foto do meu quarto antigo, assim deixado - sem vazio, sem desfalque, na casa da minha mãe. Acho que ela sentiria mais a minha ausência se a parede ficasse sem Eles.